Breves

  1. Prada em queda no primeiro semestre
  2. Economia alimenta o retalho mexicano
  3. Coreia do Sul aposta na indústria da moda
  4. Vendas online duplicam na China até 2018
  5. LVMH cria hortas no terraço das suas lojas
  6. Americanos cautelosos em julho

1. Prada em queda no primeiro semestre

A produtora italiana de bens de luxo Prada revelou que 2016 irá ser um ano mau, depois dos lucros da empresa terem caído 25% no primeiro semestre. O grupo, que tem sido afetado pela queda acentuada no consumo de luxo em todo o mundo, indicou que as vendas foram afetadas na China e em Itália, onde o volume de negócios no retalho caiu 21% nos seis meses até 30 de junho. «A administração vê 2016 como um ponto de viragem a partir do qual o grupo vai regressar ao crescimento», indicou a empresa em comunicado. A última vez que as vendas da Prada subiram em termos comparáveis, excluindo efeitos cambiais e o impulso de novas lojas, foi em 2014. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) atingiu 330 milhões de euros no primeiro semestre, em comparação com 440 milhões de euros no mesmo período do ano passado, enquanto o lucro líquido caiu para 141,9 milhões de euros, em comparação com 188,6 milhões de euros. Depois de ter aberto mais lojas do que a maior parte das suas rivais nos últimos anos e tendo subido o preço de muitas das suas carteiras, a Prada está a tentar dar a volta ao colocar produtos mais acessíveis e reduzindo a sua rede de retalho. Também lançou um novo conceito de loja em Hong Kong, Xangai, Zurique e Moscovo para atrair os consumidores às suas lojas, criando uma atmosfera diferente para cada categoria de produto. Contudo, os analistas antecipam que vai demorar até que a falta de perceção de exclusividade recupere, com a concorrência de novas marcas ocidentais e marcas asiáticas a tornar-se mais acérrima. A recuperação da Gucci, sob uma nova liderança, deverá também roubar quota de mercado.

2. Economia alimenta o retalho mexicano

As vendas totais dos principais retalhistas mexicanos vão ultrapassar as estimativas iniciais de um crescimento de quase 7% este ano, em grande parte devido à enorme liquidez da economia, indicou a associação de retalhistas Antad. No início do ano, a Antad previu um crescimento anual de 6,9% para as vendas totais e de 3,9% para as vendas comparáveis. Os dados até junho mostram um crescimento das vendas totais de 10,1% e das vendas comparáveis de 6,8%, uma tendência que o presidente da associação, Vicente Yanez, espera que continue no resto do ano. «Com mais de metade do ano para trás, não há dúvidas que vamos ficar acima das expectativas, que já eram boas», afirmou Yanez à Reuters. «Há uma liquidez abundante na economia em todas as formas de compra», referiu. Os membros da Antad incluem as cadeias de retalho Walmex e Soriana, assim como outros grandes armazéns que operam no México, a segunda maior economia da América Latina, a seguir ao Brasil. O presidente da Antad atribuiu o crescimento das vendas superior ao esperado também a uma expansão no crédito ao consumo. A confiança no México cresceu 11,2% em termos anuais em junho, com os empréstimos pessoais a subirem 20,6% e o crédito para os bens duráveis aumentou 12,6%, de acordo com os dados publicados pelo banco central do país.

3. Coreia do Sul aposta na indústria da moda

O governo da Coreia do Sul vai gastar 30 mil milhões de wons (cerca de 24,1 milhões de euros) no próximo ano para dinamizar a indústria de moda e lifestyle, apoiando todo o processo, desde a pesquisa e design ao marketing e exportações. A moda e o lifestyle estão entre as sete indústrias em que o governo pretende investir, segundo o jornal The Korea Herald, onde se inclui ainda o desporto e tempos livres. Na moda, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul vai apoiar jovens designers a começar o negócio, com um plano para selecionar 200 designers emergentes e 300 marcas locais para a promoção internacional até 2020. O vice-ministro Lee Kwan-sup afirmou que a força do país na tecnologia e a popularidade da cultura coreana pode impulsionar as indústrias da moda e lifestyle na exportação.

4. Vendas online duplicam na China até 2018

O sector de retalho online na China deverá crescer rapidamente nos próximos anos, com as vendas a duplicarem e com mais de 40% da população do país a fazer compras online até 2018, segundo um estudo do Jefferies Group. O estudo indica que o mercado de comércio eletrónico será um ponto alto no sector do retalho, à medida que novas tecnologias e as fusões e aquisições entre empresas de sectores diferentes continuam a facilitar as compras online. O número de consumidores online na China irá atingir 587 milhões em 2018, em comparação com os 413 milhões do ano passado, enquanto o volume de negócios deverá atingir 7,5 biliões de yuans (cerca de 1,01 biliões de euros), quase duplicando face aos 3,9 biliões de yuans em 2015. O retalho físico, contudo, deverá manter-se lento no segundo semestre do ano, devido ao abrandamento do crescimento da economia e aumento do preço das habitações. Jessie Guo, autora do estudo, afirma que líderes de mercado como o Alibaba e o JD.com vão continuar a dominar o comércio eletrónico na China, enquanto os atores que entraram mais tarde podem sentir dificuldades no estabelecimento de uma base de consumidores, na logística e métodos de pagamento fiáveis e baratos e aplicação de novas tecnologias. O JD.com, que tem registado um aumento do prejuízo desde que entrou em bolsa em 2014, deverá regressar novamente ao lucro nos próximos dois anos graças ao seu novo foco nas vendas de produtos generalistas e um crescimento no que chama de negócio “3P”, que significa produto, preço e serviço personalizado.

5. LVMH cria hortas no terraço das suas lojas

O Le Bon Marché e La Grande Epicerie, duas lojas de luxo que são um marco em Paris, transformaram os seus terraços num único jardim urbano onde os funcionários podem cultivar as suas próprias hortas nos seus tempos livres. Nos últimos meses, as duas lojas adjacentes, detidas pelo LVMH, construíram caixas numa área de 700 metros quadrados, onde os funcionários das lojas estão a cultivar cerca de 60 espécies de frutas, vegetais e ervas aromáticas, incluindo morangos, courgettes, menta e lavanda. A proposta atraiu 200 dos 1.500 funcionários das lojas, que foram selecionados por sorteio, e colocou as lojas na vanguarda da tendência de jardinagem na cidade. Até 2020, os governantes de Paris querem ter 100 hectares de terraços, paredes e passeios verdes, com um terço disso dedicado à produção de fruta e vegetais. «No princípio gastamos mais tempo a olhar para a fantástica paisagem do que nas zonas de plantação, mas este é um ótimo local para cultivar vegetais e encontrar os colegas», considera Charlotte Arnoux, responsável de recrutamento e jardineira pela primeira vez. Arnoux e sete colegas fazem escalas para cuidar de três caixas de cultivo de um metro quadrado, onde cultivam vinagreira, manjericão e diferentes variedades de tomates sem utilização de pesticidas.

6. Americanos cautelosos em julho

As vendas a retalho nos EUA permaneceram inalteradas em julho face ao mês anterior, um sinal de que os consumidores estão cautelosos, após três meses de crescimento. O Departamento do Comércio afirma que os americanos gastaram menos em lojas de roupa, lojas de artigos de desporto e outlets de eletrónica e eletrodomésticos. O consumo em mercearia caiu pelo valor mais alto em mais de cinco anos. Estes declínios foram compensados por um crescimento nas vendas de automóveis e nas vendas online e por catálogo. A contratação manteve-se estável e há alguns sinais de um aumento dos salários, o que fez subir a confiança dos americanos. Isso refletiu-se nos números trimestrais do consumo, que entre abril e junho registou o maior crescimento nos últimos 18 meses.