Breves

  1. Epson foi às compras
  2. M&S tem novos desafios
  3. Adidas vende Mitchell & Ness
  4. Vestuário pesa no retalho americano
  5. Malásia cresce com acordos comerciais
  6. Moda britânica cai pela primeira vez em seis anos

1. Epson foi às compras

A Epson, especialista em impressão, acordou a compra da empresa italiana produtora de impressoras Robustelli. Sediada em Como, a empresa familiar é especialista em desenvolvimento, produção e venda de impressoras para estamparia têxtil digital, nomeadamente a série Monna Lisa – que começou a desenvolver com a Epson em 2003. O acordo tem como objetivo impulsionar as sinergias e aumentar o valor para os clientes num sector que tem potencial para ajudar os produtores a mudarem da produção a longo prazo para a produção por encomenda e responder aos crescentes pedidos de pequenas séries e de customização. «A combinação das nossas competências é a conclusão natural de um processo de inovação para satisfazer os clientes em Itália e no resto do mundo», afirmou Valerio Robustelli, um dos proprietários de F lli Robustelli. A Epson planeia aproveitar a capacidade de produção da empresa para acelerar o desenvolvimento de impressoras digitais a jato de tinta para têxteis e expandir seu alcance mundial.

2. M&S tem novos desafios

A Marks & Spencer continua a enfrentar desafios estratégicos na sua divisão de vestuário, depois das vendas no primeiro trimestre terem caído quase 9%, devido à «debilidade do mercado» e menos promoções. As vendas comparáveis de vestuário desceram 8,9% nos três meses terminados a 2 de julho, com as vendas totais da divisão a caírem 8,3%. A M&S indicou que o impacto provocado pela alteração dos saldos de verão e ter feito menos promoções do que no ano passado representou 5% da queda das vendas comparáveis. «Sabíamos que as nossas ações iriam reduzir as vendas totais mas estamos a ver alguns sinais encorajadores», afirmou o novo diretor-executivo, Steve Rowe. As vendas do grupo cresceram 1,3% no período, enquanto no Reino Unido sentiu-se uma queda de 1,1%, incluindo uma descida de 4,3% nas vendas comparáveis. Nos mercados internacionais, as vendas da M&S subiram 0,7%. Para o ano completo, a M&S manteve as suas previsões para vendas consistentes com o ano passado. Honor Strachan, analista na Verdict Research, acredita que a redução de preços irá ser mais difícil nos próximos 18 meses, devido às pressões inflacionárias após o Brexit. «Será difícil para a M&S para absorver estes custos e manter a sua nova estratégia de preço, por isso esperamos que a arquitetura de preços vai mudar para passar custos mais elevados para os compradores através de uma melhor proposta», referiu.

3. Adidas vende Mitchell & Ness

A gigante alemã de sportswear Adidas vendeu a sua marca de vestuário e chapéus Mitchell & Ness a uma empresa recém-formada detida na maioria pela Juggernaut Capital Partners. A empresa indicou que este acordo «representa o primeiro passo importante para moldar o negócio do Adidas Group, que deverá ficar concluído nos próximos 12 meses». A Adidas anunciou o acordo pela primeira vez em maio, tendo afirmado que iria resultar numa receita na ordem das dezenas de milhões de euros. Os recursos serão reinvestidos em iniciativas que fazem parte do plano de negócios “Creating the New”, pensado para impulsionar o crescimento. Com sede em Filadélfia, a Mitchell & Ness fornece vestuário e chapéus com acordos de licença em várias ligas desportivas dos EUA, desde o basquetebol ao futebol americano e basebol. O negócio foi comprado pela The Sports Licensed Division (SLD), que faz parte do Adidas Group, em 2007 por um valor não revelado. O volume de negócios multiplicou-se por 10 no período até 2016.

4. Vestuário pesa no retalho americano

As previsões para a indústria americana de retalho foram revistas em baixa, de positiva para estável, em parte devido à debilidade no vestuário e no calçado, apesar de ser ainda esperada uma ligeira melhoria nas vendas e nos lucros. O Investors Service da Moody’s reviu as previsões de crescimento das vendas para 2% a 3%, em comparação com a previsão anterior de um aumento de 4% a 5%. A agência de rating não antecipa um impacto do Brexit no retalho dos EUA mas acrescenta que a incerteza pode ter impacto na confiança do consumidor e no mercado de capitais, afetando assim indiretamente o consumo no país. A valorização do dólar face à libra e ao euro pode ser outro dos fatores a pressionar o lucro de retalhista mundiais como a Gap, Coach e Abercrombie & Fitch, enquanto a diminuição no número de turistas nos EUA pode ter um impacto negativo em retalhistas como a Macy’s, que têm lojas em áreas turísticas. «Reduzimos as nossas previsões de crescimento para a indústria de retalho dos EUA sobretudo devido à debilidade em quatro subsectores: vestuário e calçado, retalhistas de preços baixos e clubes de armazéns, grandes armazéns e fornecedores de material de escritório», explicou o vice-presidente da Moody’s, Mickey Chadha. «Nestes subsectores, alguns dos principais atores, incluindo a Gap, Walmart, Footlocker, Macy’s, Nordstrom, Kohl’s, Office Depot e Staples continuam sob pressão em termos de lucros», acrescentou. Apesar de uma tendência em queda, as previsões da Moody’s apontam para uma modesta retoma nas vendas a retalho em 2017.

5. Malásia cresce com acordos comerciais

A implementação de novos acordos regionais vai ajudar a Malásia a fazer as reformas económicas essenciais para acelerar a transição do país para um país com maiores rendimentos. O PIB da Malásia deverá crescer 4,4% em 2016 e 4,5% em 2017, segundo uma nova análise económica do Banco Mundial. As previsões refletem uma desaceleração gradual no consumo privado na Malásia devido ao abrandamento no mercado de trabalho e ao ajustamento na consolidação fiscal. A análise do Banco Mundial aponta, para além dos riscos causados pela instabilidade dos preços das commodities, a importância dos acordos comerciais para o desenvolvimento bem sucedido da Malásia. «A nova geração de acordos comerciais podem dar o ímpeto necessário para impulsionar a economia da Malásia a novas metas», afirmou Dato’ Sri Mustapa Mohamed, Ministro do Comércio Internacional e da Indústria. O país está envolvido, entre outros na Parceria Transpacífico, com um recente relatório da Comissão Internacional de Comércio dos EUA a sugerir que as importações de vestuário a partir da Malásia podem aumentar sob o acordo – embora a falta de mão de obra possa inibir o crescimento na produção. A Malásia é um pequeno fornecedor de vestuário para o mercado dos EUA, tendo exportado produtos no valor de 546 milhões de dólares (492,3 milhões de euros) em 2015.

6. Moda britânica cai pela primeira vez em seis anos

O mercado britânico de moda caiu pela primeira vez em seis anos, segundo um novo estudo, com o consumo de vestuário, calçado e acessórios a cair 0,1% no ano até junho. A pesquisa da Kantar Worldpanel, que tem por base estatísticas antes do Brexit, sugere que o declínio se deve aos problemas com vários retalhistas com grande visibilidade no mercado e ao facto das táticas dos retalhistas para estimularem o crescimento estarem a perder a sua atratividade. «A taxa de crescimento tem vindo a cair há quase um ano», explica Glen Tooke, diretor de inteligência de consumo na Kantar Wordpanel. «As lojas estão cada vez mais dependentes de descontos e o poder mudou para as mãos dos consumidores, que esperam descontos ao longo do ano e estamos treinados para comprar durante os períodos de saldos», acrescenta. Os supermercados detêm uma quota de 10,1% do mercado de moda, enquanto quase um quarto do consumo em moda – 23% – é feito agora online, em comparação com apenas 2% em 2006. Embora o mercado de moda tenha crescido 38% para 36 mil milhões de libras (42,7 mil milhões de euros) na última década, o consumo médio anual apenas aumentou 10 libras no mesmo período, para 767 libras. «Este primeiro declínio em quase sete anos será uma verdadeira chamada de atenção para os retalhistas e marcas», considera Tooke. «Num mercado altamente competitivo, é preciso ser mais rápido e reativo ao “novo” consumidor», refere, acrescentando ainda que «dois-quintos dos consumidores afirmam que o facto do vestuário estar de acordo com as tendências não é importante para eles, mas as marcas e produtores continuam a sacrificar qualidade, fit e preço em favor de produtos que seguem as tendências e estamos a registar que muitos retalhistas conhecidos estão a ser criticados por isso». Numa última conclusão, a análise da Kantar Worldpanel indica que os consumidores mais atentos aos media têm mais probabilidade de gastar mais em moda por ano – dos 16% de consumidoras que têm Instagram gastam em média mais 200 libras do que as que não têm.