- Lectra tem novo PLM
- Reino Unido nas negociações do TTIP
- Delta Galil compra marcas da VF Corp
- Under Armour inaugura fábrica nos EUA
- União para a sustentabilidade do vestuário
- Walmart acusada de enganar clientes
Lectra tem novo PLM
A especialista em tecnologia Lectra revelou a nova versão do seu software de gestão do ciclo de vida do produto (PLM), que, garante, melhora a eficiência uma vez que se estende às fases de pré-produção. Feito à medida para marcas e retalhistas, o Lectra Fashion PLM V5 foi desenvolvido para dar uma maior visibilidade nos processos relacionados com a gestão de custos dos tecidos e dos produtos e ajudar as empresas a tomar a decisão certa antes da produção. «Estamos a viver num mundo digital, mais na moda do que noutros sectores, e a Lectra pretende manter os seus clientes à frente de uma indústria em evolução», afirma Céline Choussy Bedouet, diretora de marketing e comunicação. «Para os ajudar a entregar coleções rentáveis e em cima das tendências, com cada vez maiores restrições de tempo, temos de ir mais longe, acompanhando-os nos processos de pré-produção, tanto com a nossa tecnologia como com os nossos conhecimentos da indústria», acrescenta. A nova solução ajuda as empresas a otimizar a rentabilidade ao permitir-lhes fazer várias simulações de custos. Também possibilita reduzir os desperdícios de tecido durante a produção, já que as empresas poderão estimar o consumo de tecido para as coleções futuras e simular antecipadamente vários cenários de aquisição de tecidos. Uma nova série de aplicações móveis devem ainda acelerar a tomada de decisões no dia a dia, ao permitirem que os utilizadores partilhem e visualizem nos dispositivos móveis os seus trabalhos em curso para tomarem decisões imediatas sobre as prioridades em termos de trabalho, coleção, tamanho e ajuste dos produtos durante reuniões fora do escritório.
Reino Unido nas negociações do TTIP
Apesar da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, a responsável pelo comércio da UE afirmou que as negociações sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento UE-EUA (TTIP) vão avançar – com o objetivo de concluir as mesmas durante a Administração Obama. O referendo que ditou o Brexit, garantiu a comissária do comércio Cecilia Malmström num discurso no Conselho Atlântico em Washington, «não afetou as razões subjacentes pelas quais o comércio entre os dois lados do Atlântico deve ser tornado mais fácil». A comissária acrescentou que, uma vez que continua a ser um dos 28 estados-membros, o Reino Unido vai participar nas negociações do TTIP «até deixar de ser membro». A próxima ronda de negociações começa a 11 de julho em Bruxelas. «Estou aqui para preparar a próxima ronda de negociações, com a ambição de a concluir antes da saída da Administração Obama. Isso não mudou», sublinhou Cecilia Malmström.
Delta Galil compra marcas da VF Corp
A empresa israelita Delta Galil Industries, que produz lingerie, roupa interior e activewear, vai comprar os negócios de Contemporary Brands da VF Corp, num negócio avaliado em 120 milhões de dólares (cerca de 108,1 milhões de euros). O acordo inclui a marca de denim de gama alta 7 For All Mankind e as marcas de sportswear para senhora Splendid e Ella Moss – e deverá somar mais de 300 milhões de dólares às vendas anuais da Delta Galil. «Esta transação reflete os nossos esforços estratégicos para desenvolver o negócio de marcas da Delta Galil e expandir a nossa presença mundial», afirma Isaac Dabah, CEO da Delta Galil. «Estamos entusiasmados por somar estas três marcas premium de renome ao nosso portefólio, já que diversificam ainda mais a nossa oferta e canais de distribuição, ao mesmo tempo que reforçam significativamente a nossa estrutura. Vemos uma enorme oportunidade para expandir a plataforma de marcas para o crescimento através de um foco contínuo em qualidade superior, design e inovação», acrescenta. No ano passado, a empresa aumentou significativamente o seu investimento para apoiar e impulsionar o crescimento mundial, adicionando uma unidade produtiva no Vietname e uma tinturaria no Egito, tendo ainda consolidado a sua sede e investido em novos escritórios e showrooms em Nova Iorque e Israel. O portefólio de marcas da Delta Galil inclui já a PJ Salvage, Schiesser, KN Karen Neuberger, Nearly Nude, LittleMissMatched e a Fix. «Estamos satisfeitos por termos chegado a este acordo», refere o presidente e CEO da VF Corp, Eric Wiseman. «As marcas incluídas nesta operação são líderes na sua área e têm pessoas talentosas e apaixonadas, que estão motivadas par a servir o mercado com design de vestuário diferenciado e um serviço excecional», sublinha. Wiseman explica que a venda surge após a empresa ter decidido, no início deste ano, rever a sua estrutura «para garantir que o portefólio da VF está alinhado com os nossos objetivos estratégicos e posicionado para maximizar o crescimento e o retorno para os nossos acionistas».
Under Armour inaugura fábrica nos EUA
A visão da produção local da Under Armour está a tomar forma, com uma nova unidade produtiva nos EUA que vai servir como «epicentro» para a produção e inovação de design da gigante do sportswear. Inaugurada no passado dia 28 de junho, em Baltimore, onde a Under Armour está sediada, a “UA Lighthouse” tem 3.250 metros quadrados que serão usados para desenvolver produtos inovadores e processos de produção eficientes. «Será um guia para produzir melhor, mais rápido e de forma mais eficiente», explica o fundador e CEO Kevin Plank. A tecnologia existente inclui design 3D e scan corporal para desenhar calçado e vestuário à medida e reduzir os desperdícios no processo de desenvolvimento. Terá ainda ferramentas de prototipagem rápida em 3D para transformar as ideias em produtos tangíveis e linhas de produção para avaliar a performance dos conceitos num ambiente industrial a larga escala. A unidade é também o ponto de partida para a visão da Under Armour, que tem como princípio que os produtos sejam desenhados e produzidos nos mercados locais onde vão ser vendidos: feitos nos EUA para o mercado americano, feitos no Brasil para o mercado brasileiro e por aí adiante. Plank refere ainda que a “UA Lighthouse” «vai comercializar novas tecnologias e processos que primeiro vão ser integradas na nossa cadeia de aprovisionamento pelos nossos parceiros, antes de serem integradas por esses mesmos parceiros em novas unidades em todo o mundo, mudando a dinâmica da chegada ao mercado, preços, custos e trabalho».
União para a sustentabilidade do vestuário
A iniciativa Cotton made in Africa (CmiA) juntou-se ao Sustainable Clothing Action Plan (SCAP) do Reino Unido para ajudar retalhistas e marcas a reduzirem a pegada de carbono, resíduos e água do seu vestuário através da compra de algodão certificado. Mais de 50 organizações, incluindo retalhistas como Asos, Ted Baker, Arcadia Group, New Look, John Lewis e Tesco já subscreveram o SCAP, que pretende reduzir o impacto do carbono e da água e é uma iniciativa da associação sem fins lucrativos Waste and Resources Action Programme (WRAP). Segundo a Aid by Trade Foundation (AbTF), que supervisiona a CmiA, a parceria vai ajudar o SCAP a atingir os objetivos de reduzir a pegada de carbono, o consumo de água e os resíduos em 15% até 2020. «A CMIA oferece aos retalhistas e marcas do Reino Unido a oportunidade única de aderirem ao seu compromisso com a SCAP para reduzir a sua pegada de carbono e água», afirma Abi Rushton, diretor associado da AbTF no Reino Unido. «A nova parceria é uma ótima oportunidade para haver mais sustentabilidade na cadeia de aprovisionamento têxtil para retalhistas e marcas do Reino Unido», acrescenta. Os pequenos agricultores que cultivam algodão de acordo com os padrões da CmiA não usam qualquer irrigação artificial. O algodão da CmiA poupa mais de 2.100 litros de água por quilo de fibra em comparação com a média do algodão convencional, pelo que os retalhistas que usam este tipo de algodão podem gastar até menos quatro banheiras de água em cada t-shirt. De acordo com um estudo de impacto ecológico realizado pela empresa de consultoria e software de sustentabilidade Thinkstep (ex-PE International), o algodão CMIA emite até 40% menos emissões de gases com efeito de estufa por quilo de fibra de algodão do que o algodão convencional.
Walmart acusada de enganar clientes
O Walmart está a ser acusado de enganar os consumidores em relação aos seus esforços para promover o “made in USA”. A associação Truth in Advertising deu seguimento a uma investigação que realizou no ano passado e afirma que o website do Walmart «está repleto de alegações falsas e enganadoras sobre a origem nos EUA». No ano passado, a organização denunciou o Walmart à Federal Trade Comission (FTC) depois de ter encontrado produtos com a etiqueta “made in the USA” no website do retalhista, apesar da embalagem indicar que tinham sido feitos na China. A mais recente investigação encontrou mais de 100 produtos no website do Walmart, incluindo bonés de basebol, listados como sendo produzidos nos EUA, apesar de serem completamente produzidos em países como a Coreia e China ou feitos nos EUA com componentes importados – uma composição que, segundo os padrões da FTC não podem ser publicitados como “made in the USA”. Também a Alliance for American Manufacturing (AAM) encontrou buracos no compromisso público do Walmart de comprar 250 mil milhões de dólares (cerca de 225,2 mil milhões de euros) em produtos feitos nos EUA até 2023, destacando que o Walmart continua a ser o maior importador de bens de consumo no estrangeiro. «Quando se olha para os números, este compromisso não é sequer uma gota no balde do Walmart», indica o presidente da AAM, Scott Paul. «O Walmart é o principal importador do retalho no país. Desde o compromisso assumido em 2013, as importações da empresa continuaram a aumentar, sugerindo que embora o retalhista possa estar a comprar mais alguns produtos feitos na América, está apenas a comprar mais produtos. Neste caso, o volume não é um compromisso, é uma decisão de negócios», acrescenta. A AAM afirma que o Walmart importou 795.900 contentores com produtos em 2015 – mais do que qualquer outro retalhista. Também sublinha que os registos financeiros do Walmart mostram que registou vendas de 3,9 biliões de dólares entre 2005 e 2015. Em 2013, a empresa comprometeu-se a comprar 250 mil milhões de dólares em bens produzidos nos EUA até 2023 – o que representa apenas 6% das vendas na última década (5% em 2014). «Se o Walmart continuar a crescer à mesma taxa, em 2023 a empresa vai gastar apenas 3,2% em produtos feitos na América», destacou a organização.