Breves

  1. Mercado único não chegou ao online
  2. Ivy Park à defesa
  3. Paris abre lojas ao domingo
  4. Índia alivia pressão sobre o algodão GM
  5. Ikea põe parques de retalho à venda
  6. Comércio em lume brando na Tailândia

1. Mercado único não chegou ao online

O mercado único da União Europeia está a expandir-se de forma lenta no ciberespaço, devido às preocupações dos consumidores com a segurança e devoluções. Embora 53% dos consumidores europeus faça atualmente compras online, apenas 16% compra produtos ou serviços noutro país do espaço único, segundo o estudo European Digital Progress Report. O estudo indicou ainda que as pequenas empresas estão atrasadas face aos seus concorrentes de maior dimensão – apenas 7,5% dos negócios mais pequenos vendem online noutros países da UE, o que representa um aumento de apenas 1% desde 2013. As empresas maiores estão a ser mais bem-sucedidas, com 38% a vender atualmente online na UE, o que significa um aumento de 7% face há cinco anos. De acordo com o estudo, a razão mais invocada para evitar o comércio eletrónico é que as pessoas ainda preferem comprar nas lojas físicas, mas um pouco mais de um quarto dos consumidores inquiridos citou preocupações relativas à segurança do pagamento e 19% referiu ficar apreensivo em relação à entrega e capacidade de devolução. O vice-presidente da Comissão Europeia para o mercado único digital, Andrus Ansip, afirmou que o ramo executivo da UE está a desenvolver propostas para resolver estas questões. «Vamos em breve apresentar um conjunto de propostas que irão impulsionar o comércio eletrónico na UE», explicou Ansip. «Isso significa deixar de haver barreiras que desencorajem as empresas do comércio além-fronteiras e que impedem que as pessoas tenham as ofertas mais competitivas online», referiu.

2. Ivy Park à defesa

A Ivy Park, a marca de sportswear resultado da joint-venture entre a cantora Beyoncé e o magnata da Topshop Philip Green, defendeu-se contra as acusações publicadas pelo jornal The Sun de que o seu fornecedor no Sri Lanka usa «escravos» para produzir as suas roupas. Os trabalhadores que fazem algumas das roupas na MAS Holding no Sri Lanka ganham apenas 6,30 dólares (5,64 euros) por dia, indicou o jornal, acrescentando que a maior parte das «costureiras afetadas pela pobreza» tem medo de falar com receio de perder o emprego. «A Ivy Park tem um programa de comércio ético rigoroso. Estamos orgulhosos dos nossos esforços sustentados em termos de inspeções e auditorias às fábricas e as nossas equipas em todo o mundo trabalham de perto com os nossos fornecedores e as suas fábricas para assegurar o cumprimento», afirmou a Ivy Park num comunicado enviado à Thomson Reuters Foundation. «Esperamos que os nossos fornecedores cumpram o nosso código de conduta e apoiamo-los para que consigam atingir essas exigências», acrescentou. Os salários que o The Sun afirma que são pagos aos trabalhadores da fábrica no Sri Lanka que fornece a Topshop estão acima do salário mínimo pago no sul da Ásia, onde esse valor para a indústria de vestuário varia de 68 dólares por mês para o Bangladesh a 71 dólares no Sri Lanka e 120 dólares no Paquistão, de acordo com o Banco Mundial. Estes salários, contudo, «estão bastante abaixo do que é necessário para uma pessoa viver», segundo o grupo Clean Clothes Campaign, que estima que no Sri Lanka o salário mínimo é um quinto do salário de sobrevivência no país. A procura pela gama Ivy Park bloqueou o website da Toopshop no lançamento em abril. A coleção inclui meias a 6 dólares, um soutien de desporto a 36 dólares e um bodysuit de 65 dólares. A notícia do The Sun refere que os trabalhadores da fábrica do Sri Lanka, «sobretudo jovens mulheres de aldeias rurais pobres», apenas conseguem arrendar um quarto e têm de trabalhar mais de 60 horas por semana para conseguirem sobreviver.

3. Paris abre lojas ao domingo

Os turistas que visitem Paris poderão agora fazer compras nas lojas de luxo ao domingo, com a entrada em vigor da nova legislação. Um acordo sobre as horas trabalhadas ao domingo entre as lojas de luxo e os sindicatos entrou em vigor, revelou Sylvie Zawadzki, que dirige as questões sociais e de impostos na Fédération Française de la Couture du Prêt à Porter des Couturiers & des Créateurs de Mode. O acordo permite que as lojas aproveitem a reforma realizada pelo ministro da economia, Emmanuel Macron, no ano passado, que autoriza a abertura das lojas ao domingo nas recém-criadas zonas de turismo internacional na capital francesa. «É um acordo que dá às empresas a possibilidade de abrirem (ao domingo) mas é uma decisão que eles tomam com base na sua estratégia comercial», explica Zawadzki. As flagships de marcas de luxo como a Chanel, Christian Dior e Louis Vuitton estão abrangidas pelo acordo. Sylvie Zawadzki recusou comentar quantas empresas estão abrangidas, mas o jornal Les Echos aponta para cerca de 30 marcas e quase 100 lojas. Para além dos Campos Elísios e da Place Vendôme, estão incluídas várias zonas no centro de Paris, incluindo a área onde se situam vários dos principais grandes armazéns, embora para já apenas as Galeries Lafayette tenham chegado a acordo com os seus funcionários.

4. Índia alivia pressão sobre o algodão GM

A Índia removeu temporariamente uma ordem para travar o pagamento de royalties em qualquer nova variedade de sementes de algodão geneticamente modificadas (GM) – uma boa notícia para a norte-americana Monsanto Co, que é a única fornecedora. Numa ordem emitida na semana passada, o ministério da agricultura informou que qualquer empresa que apresentasse uma nova variedade de algodão geneticamente modificada não poderia cobrar royalties sobre mais de 10% do preço das sementes, atualmente fixado em 800 rupias (10,6 euros), durante cinco anos a partir da data de comercialização. A partir do sexto ano, os royalties descem 10% todos os anos. Para além disso, Nova Deli também apertou as regras que regulam a venda de sementes de algodão geneticamente modificadas. A ação foi vista como mais um golpe para a Monsanto, a única empresa que vende este tipo de produto na Índia. Em março, a Índia reduziu os royalties pagos pelas empresas locais pelas sementes de algodão geneticamente modificadas da Monsanto em quase 70% e reduziu o preço das sementes para 800 rupias por um pacote de 450 gramas, depois de vários apelos dos governos regionais e dos agricultores para baixar a taxa da variedade Bt que domina 90% do mercado. A decisão levou a Monsanto a advertir que iria considerar uma saída da Índia, algo que parece não ter preocupado o governo, que ignorou as preocupações da empresa americana e confirmou que a Índia vai continuar a regular o preço das sementes de algodão Bt. A Monsanto, que está atualmente na mira da alemã Bayer, que fez uma proposta de aquisição de 55 mil milhões de euros, introduziu uma variedade de algodão geneticamente modificado na Índia em 2002, apesar da oposição dos críticos que questionam a sua segurança. As sementes de algodão geneticamente modificado catapultaram o país para a liderança da produção, sendo atualmente o segundo maior exportador da fibra. O algodão é a única cultura geneticamente modificada produzida na Índia.

5. Ikea põe parques de retalho à venda

O braço da Ikea responsável pelos centros comerciais está a pôr à venda 23 parques de retalho exteriores em toda a Europa. O diretor-executivo Gerard Groener, que iniciou funções como diretor da Ikea Centres em março, recusou-se a dar uma estimativa para o valor das propriedades, mas afirmou estar confiante de que a retalhista não irá perder dinheiro nas vendas. «O mercado é forte», afirmou à Reuters. «Espero finalizar os acordos em menos de dois anos», acrescentou. A Ikea Centres detém 41 centros comerciais interiores na Europa, Rússia e China e 25 espaços exteriores na Europa, que têm como principal objetivo atrair consumidores para as lojas Ikea que se situam num ponto central destes parques de retalho, assim como obter rendimentos do arrendamento de espaços. Groener referiu que o Ikea Group está a convidar potenciais compradores para 23 parques de retalho de exterior, que podem incluir operadores de centros comerciais privados e cotados em bolsa, assim como compradores institucionais como fundos de pensões.

6. Comércio em lume brando na Tailândia

As vendas a retalho na Tailândia aumentaram 2,6% no primeiro trimestre, um valor inferior aos 3% esperados que segue a tendência de abrandamento iniciada em 2012. As vendas de bens semi-duráveis, como vestuário, aumentaram 2,6% em termos anuais, enquanto as vendas de bens não-duráveis e duráveis registaram uma subida de 2,7% e 2,5%, respetivamente, segundo a Associação de Retalhistas da Tailândia. O crescimento em todas as categorias foi mais lento do que no mesmo trimestre do ano passado. «Esta é a primeira vez em duas décadas que a indústria de retalho da Tailândia cresce, durante vários anos, a taxas em queda, de 12% em 2012 para 2,8% em 2015», afirmou Jariya Chirathivat, presidente da associação, ao Bangkok Post. O crescimento mais baixo ficou a dever-se em grande parte ao menor consumo local, sobretudo entre os tailandeses com rendimentos médios e mais baixos, cujo poder de compra foi afetado pela queda dos preços dos produtos agrícolas. Embora o número de turistas estrangeiros tenha subido 12%, para 29,5 milhões de pessoas, no ano passado, segundo os dados da Autoridade do Turismo da Tailândia, o aumento não impulsionou as vendas de artigos semi-duráveis como vestuário, cosméticos e acessórios. «Estamos preocupados que a indústria de retalho não seja capaz de manter o nível de investimento a longo prazo se o consumo continuar a cair», sublinhou Jariya Chirathivat. A associação prevê que os retalhistas gastem 130 mil milhões de baht (3,3 mil milhões de euros) entre 2015 e 2017 na expansão dos seus negócios.