Breves

  1. SMCP à venda
  2. O novo normal de Hong Kong
  3. Gap continua em queda livre
  4. Conforto e luxo invadem São Paulo
  5. Febre amarela contagia Hugo Boss
  6. Retalho russo derrapa em setembro

1. SMCP à venda

O grupo de moda francês SMCP, cujo portefólio de marca inclui Sandro, Maje e Claudie Pierlot, poderá ser vendido ou colocado em bolsa no próximo ano. A empresa de capital privado KKR, acionista maioritário do grupo, terá avaliado o negócio em 1,14 mil milhões de dólares e contratou o Bank of America Merrill Lynch e a UBS para avaliarem as opções existentes, que poderão incluir uma entrada na bolsa de valores de Paris, em 2016. A KKR adquiriu uma participação superior a 60% da SMCP em 2013, no contexto de um negócio avaliado em cerca de 650 milhões de euros. Nessa altura, a empresa registava vendas anuais de 422 milhões de euros. No ano passado, as vendas totais da SMCP atingiram os 509 milhões de euros e já no primeiro semestre do corrente ano registaram um aumento de 32%. Daniel Lalonde, CEO da SMCP, afirmou que a empresa tem um bom potencial de crescimento, acompanhado de planos ambiciosos de expansão em toda a China, bem como em vários países europeus, incluindo o Reino Unido e a Itália. Lalonde revelou ainda que a SMCP apresentou um crescimento anual de vendas superior a 20% nos últimos anos e inaugurou cerca de 120 novos espaços comerciais por ano. Nos últimos 18 meses, estreou-se em território chinês, russo e árabe, acrescentou o CEO.

2. O novo normal de Hong Kong

Hong Kong encara uma «nova normalidade», antecipando um crescimento económico de 2% a 4%, cerca de metade do ritmo de crescimento assinalado em 2011, num momento em que a sua economia, especialmente dependente das exportações, é afetada pelo abrandamento sentido em território chinês. A região de Hong Kong enfrenta um cenário desafiador, num momento em que os sectores de exportação, retalho e turismo estão em desaceleração e a economia chinesa enfrenta o crescimento mais lento dos últimos 25 anos. «Deparamo-nos com uma nova normalidade, nos valores atuais de 2% a 4%. Este não era o nosso crescimento normal no passado. Também tínhamos um crescimento de duplo dígito», afirmou John Tsang, secretário financeiro. «À medida que crescemos, a nossa taxa de crescimento naturalmente reduz-se». A economia de Hong Kong cresceu 2,8% no segundo trimestre do ano, aquém da taxa de 8% testemunhada no primeiro trimestre de 2011. As previsões de crescimento apontadas pelo governo situam-se entre os 2% e os 3%, embora alguns bancos de investimento se mostrem menos otimistas. O comércio tem sido o principal suporte da economia local, contribuindo para mais de um quarto do PIB da cidade nas últimas três décadas. Porém, Hong Kong pondera agora novas fontes de crescimento, como o consumo doméstico. «Tenho feito várias concessões fiscais, o que coloca mais dinheiro à disposição das pessoas, pelo que consomem mais e isso, em média, contribuiu para um crescimento de 1% do PIB», revelou Tsang, que ocupa o cargo atual desde julho de 2007.

3. Gap continua em queda livre

As ações da Gap prosseguem em trajetória descendente, perpetuando uma tendência que se prolonga já há seis meses, na sequência de um desempenho frágil em setembro e da destituição da diretora criativa da insígnia Banana Republic. As vendas da marca Old Navy, que até ao momento se destacava pelo desempenho positivo face às restantes marcas que constituem o portefólio do grupo, ficaram também aquém do esperado. As margens brutas caíram e são esperados descontos contínuos, enquanto as vendas de vestuário feminino da Banana Republic também apresentaram um decréscimo no mês de setembro. Marissa Webb, diretora-criativa da Banana Republic, deixou o cargo depois de 18 meses, permanecendo na Gap como conselheira criativa. Por sua vez, Stefan Larsson, presidente da Old Navy, abandonou a empresa para ocupar o lugar de CEO da Ralph Lauren Corp. Depois de três anos na Old Navy, Larsson foi amplamente responsável pelo crescimento da marca. As ações da Gap caíram 37% nos últimos seis meses. Os resultados negativos fizeram-se sentir imediatamente após a saída de Larsson, pelo que o analista do Citi Investment Research, Paul Lejuez, está particularmente preocupado com a prestação das marcas Old Navy e Gap nos próximos trimestres. Neste contexto, optou por diminuir a previsão de lucro anual da empresa. «Com a saída de Larsson, a Old Navy perdeu o seu líder, cujas estratégias seriam utilizadas para reverter o percurso da Gap», referiu.

4. Conforto e luxo invadem São Paulo

Os tons terra, as minissaias, os corsários e os sobretudos dominaram as tendências da Semana da Moda de São Paulo esta semana, desfilando os conceitos de luxo e conforto na passerelle. A marca brasileira Animale apresentou looks clean e estruturados, com sobretudos largos em tons de preto, branco e cores neutras, pautados por rasgos de vermelho e verde. Raquel Davidowicz, da casa UMA, optou por um look igualmente arrojado, numa coleção eclética que primou pela mistura de materiais.

5. Febre amarela contagia Hugo Boss

A Hugo Boss planeia expandir a sua presença, especialmente na China e no Extremo Oriente, pretendendo alcançar um crescimento de vendas de cerca de 8% até 2020. O principal acionista da marca, Gaetano Marzotto, cuja relação com a casa de moda remonta a 1991, detendo 7,9% da empresa, em parceria com PFC e Tamburi Investment Partners, considera que existe potencial para vendas mais elevadas na China, apesar da desaceleração do crescimento registada no país. «Estamos decididos a seguir o nosso plano até 2020. No entanto, a vida é cheia de surpresas, pelo que estamos sempre preparados para rever os nossos objetivos», afirmou Marzotto.  De acordo com o acionista, a Hugo Boss depara-se com um aumento de popularidade em território chinês. «Até ao momento, a China representa menos de 10% das vendas do grupo, mas isto pode ser exponenciado», acredita. Com 1.000 espaços comerciais dispersos à escala mundial, a Hugo Boss, pretende focar-se no fortalecimento da sua rede retalhista. A marca espera aumentar as vendas em loja em, pelo menos, 75%, face aos 57% atuais.

6. Retalho russo derrapa em setembro

As vendas a retalho na Rússia caíram mais de 10% em setembro, fixando-se em 37,22 mil milhões de dólares. Nos primeiros nove meses do ano, a receita do sector diminuiu 8,5%, para 318 mil milhões de dólares, anunciou o Serviço de Estatística do Estado Federal Russo. Em agosto, as vendas a retalho encolheram 9,1%. De acordo com os analistas, os dados apontam para a aproximação de um valor mínimo. Os investimentos de capital e a produção industrial diminuíram, ainda que a ritmo mais lento face aos meses anteriores. «De forma geral, consideramos que estes indicadores sugerem que a economia está perto do fim deste ciclo e que a recessão não se irá prolongar mais», considera o Barclays Capital. «No entanto, não revela qualquer sinal de rápida recuperação». Dados divulgados pela empresa de pesquisa Capital Economics, mostraram que as vendas a retalho estão a diminuir ao ritmo mais acentuado desde 1999. Esta queda surge na sequência da diminuição de 9,7% do salário médio real, que contempla a inflação, face a setembro de 2014.