- Aumenta o comércio de falsificações
- Carrefour acelera nos mercados externos
- Campanha da H&M sob fogo
- Asos abandona o mercado chinês
- Cucinelli dá bolsa cultural aos trabalhadores
- Americanos ganham confiança em março
1. Aumenta o comércio de falsificações
Os bens contrafeitos e pirateados representaram até 2,5% do comércio mundial ou o equivalente a 461 mil milhões de dólares (406,4 mil milhões de euros), prejudicando significativamente as empresas e os cofres do estado, indicou a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). O comércio de bens falsificados como carteiras Louis Vuitton ou calçado da Nike intensificou-se na última década, com um estudo anterior da OCDE em 2008 a apontar para 1,9% das importações mundiais, ou o equivalente a 200 mil milhões de dólares. O impacto da contrafação é maior nos países ricos – onde estão sediadas a maior parte das empresas que fazem produtos de luxo – com a União Europeia a importar até 5% de artigos falsificados em 2013, o equivalente a 116 mil milhões de dólares. A OCDE indicou que a China surge como o maior produtor de bens contrafeitos, mas que os direitos de propriedade intelectual das empresas chinesas têm igualmente sido infringidos. A OCDE citou a retoma pós crise financeira, a emergência de cadeias de valor mundiais e o crescimento do comércio electrónico como as razões para o aumento no comércio de bens contrafeitos desde 2008.
2. Carrefour acelera nos mercados externos
O gigante francês do retalho Carrefour revelou que o crescimento das vendas acelerou no primeiro trimestre, refletindo um aumento robusto no Brasil, em Espanha e em Itália, que compensou a performance no seu mercado interno. As condições de negócio continuaram ainda «difíceis» na China devido ao abrandamento no consumo, com as vendas comparáveis a caírem 8,4% no país. O maior retalhista europeu revelou ainda que as vendas no primeiro trimestre subiram para 20,05 mil milhões de euros, em linha com as estimativas dos analistas. Eliminando o combustível, efeitos cambiais e de calendário, o volume de negócios subiu 3,2% em termos anuais, em comparação com o aumento de 2,4% no último trimestre de 2015. O diretor financeiro do Carrefour, Pierre-Jean Sivignon, afirmou que as estimativas dos analistas de um lucro operacional de cerca de 2,5 mil milhões de euros eram «razoáveis». O lucro operacional no ano passado atingiu 2,45 mil milhões de euros.
3. Campanha da H&M sob fogo
A H&M lançou a World Recycle Week, uma iniciativa que tem como objetivo recolher mil toneladas de vestuário usado nas lojas da H&M em todo o mundo e mantê-las for a dos aterros através da reciclagem. Para aumentar a consciencialização dos consumidores, a retalhista decidiu fazer um vídeo de música, em colaboração com a rapper britânica de origem tâmil M.I.A. O resultado é “Rewear it”, uma música escrita por M.I.A. exclusivamente para a campanha. Apesar das boas intenções, a iniciativa tem recebido críticas, uma vez que se sobrepõe à campanha Fashion Revolution, que promove as compras éticas e recorda o aniversário do colapso do Rana Plaza, no Bangladesh, onde morreram mais de 1.000 pessoas. Além disso, as pessoas que entregarem as suas roupas velhas na H&M, que aceita as mesmas durante todo o ano, irão receber um voucher para descontarem na sua próxima compra, dando-lhes um incentivo para comprar mais roupa – uma ideia que colide com o maior desafio de sustentabilidade que enfrenta a H&M, que é a quantidade de roupa que produz.
4. Asos abandona o mercado chinês
A Asos está a pôr fim às operações locais na China, o que irá custar à retalhista de moda online cerca de 10 milhões de libras (12,7 milhões de euros), sobretudo em custos não financeiros. A Asos indicou que vai continuar a servir a sua base crescente de consumidores na China através do seu website, «assegurando que os consumidores irão beneficiar de toda a gama de 80 mil produtos da Asos, em comparação com os 6.000 a que podem atualmente aceder». O CEO da Asos, Nick Beighton, assegurou que «vamos continuar a fazer negócios na China. Simplesmente estamos a servir a nossa crescente base de consumidores aí de uma forma mais eficiente e menos dispendiosa». Os prejuízos operacionais ligados ao encerramento no atual ano fiscal deverão ser de cerca de 4 milhões de libras.
5. Cucinelli dá bolsa cultural aos trabalhadores
Brunello Cucinelli, fundador e CEO da casa de moda epónima, é conhecido pela sua caxemira de luxo mas também pela sua paixão pelas artes e cultura, assim como pela sua filosofia do que apelida de «empresa humanística». Em linha com a tradição industrial italiana, criou uma sociedade utópica em Solomeo, onde reinveste até 20% dos lucros. Além disso, os funcionários têm salários acima da média e são encorajados a prosseguir a sua formação académica. Agora, a empresa, que registou um aumento de 16,4% no volume de negócios, para 414,9 milhões de euros, no ano passado, foi ainda mais longe e estabeleceu uma «bolsa cultural». Os funcionários são reembolsados do dinheiro que gastarem em atividades de enriquecimento cultural – como ir a exposições ou ao teatro – até 500 euros por ano para pessoas solteiras e 1.000 euros para os que constituíram família. Um porta-voz afirmou ao Quartz que o próprio Cucinelli declarou que o bónus vai ajudar os seus artesãos a produzirem produtos melhores, porque, nas palavras do fundador e CEO, «a criatividade está onde há beleza». O bónus irá também «promover a descoberta da enorme herança cultural e artística de Itália», afirmou.
6. Americanos ganham confiança em março
O índice de confiança dos consumidores nos EUA melhorou em março, depois de um resultado menos positivo em fevereiro. O índice do The Conference Board ficou em 96,2, em comparação com 94,0 em fevereiro. No entanto, o índice da situação atual caiu moderadamente, de 115,0 para 113,5, enquanto o índice das expectativas subiu de 79,9 para 84,7 em março. «No geral, os consumidores não antecipam que a economia ganhe qualquer dinamismo significativo a curto prazo, nem veem a piorar», afirmou Lynn Franco, diretora de indicadores económicos no The Conference Board. Contudo, acrescentou, «a avaliação das atuais condições pelos consumidores registou um declínio ligeiro, enquanto as expectativas a curto prazo foram mais favoráveis, já que a agitação do mês passado nos mercados financeiros parece ter acalmado». Relativamente ao mercado de trabalho, as opiniões foram mistas: os que afirmam que há «muitos empregos» aumentaram de 22,8% para 25,4%, enquanto os que dizem que os empregos «são difíceis de encontrar» também subiram de 23,6% para 26,6%. Os consumidores mostraram-se mais otimistas sobre as previsões a curto prazo do que em fevereiro. A percentagem de consumidores que esperam que as condições de negócio melhorem nos próximos seis meses aumentou moderadamente, de 14,5% para 15%, enquanto a dos que antecipam que as condições piorem caiu de 11,6% para 9,2%. A proporção de consumidores que preveem que o seu rendimento aumente baixou para 17,2%, em comparação com os 17,7% do mês anterior, enquanto que os que esperam uma redução no rendimento subiram de 11,6% para 11,8%.