- Canadá ganha feira de sourcing
- Stocks de algodão em queda
- Vestuário com credenciais éticas
- Retalho britânico complica-se em fevereiro
- Under Armour lança ténis com impressão 3D
- Calor arrefece vendas de casacos
1. Canadá ganha feira de sourcing
O Canadá vai acolher a primeira feira de sourcing de têxteis e vestuário este ano, que irá dar destaque à Parceria Transpacífico (TPP na sigla original) e às melhores práticas da indústria. A Apparel & Textile Sourcing Expo será realizada em parceria pela Câmara de Comércio para Importação e Exportação da China (CCCT) e antecipa a presença de expositores da China, Índia, Bangladesh, México, EUA, Taiwan, Vietname, Indonésia, Maurícias, Colômbia, Guatemala, Honduras, Jordânia, Peru e Myanmar. «O Canadá precisava de uma feira onde os importadores e retalhistas de têxteis e vestuário pudessem aprender sobre as melhores práticas de sourcing ao mesmo tempo que conhecem produtores de todo o mundo», considera Bob Kirke, diretor-executivo da Federação de Vestuário do Canadá, um outro parceiro da organização da feira. «O evento oferece um novo recurso importante para o nosso mercado doméstico e estamos muito entusiasmados por apoiar esta missão», acrescenta. O evento terá lugar no Centro Internacional de Toronto de 22 a 24 de agosto e está a ser organizado pela JP Communications.
2. Stocks de algodão em queda
As estimativas para os stocks finais de algodão em 2015/2016 foram revistas em baixa, com o menor consumo a compensar parcialmente a diminuição da produção. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, os stocks mundiais estão agora projetados em 103,3 milhões de fardos, um valor inferior aos 104,1 milhões de fardos projetado no mês passado. A produção deverá ser mais baixa na Índia e no Paquistão, menos um milhão de fardos, para 26,8 milhões de fardos, e menos 200 mil fardos, para 7 milhões de fardos, respetivamente. O Departamento de Agricultura sustenta que a redução na colheita da Índia reflete o fim antecipado das monções em combinação com os danos provocados por pragas nos estados do norte. Contudo, a Austrália deverá produzir mais, num aumento de 2,4 milhões de fardos para 2,5 milhões de fardos. O consumo será reduzido sobretudo no Paquistão – menos 200 mil fardos, para 9,6 milhões de fardos – com base na diminuição da oferta disponível. Já as estimativas da oferta e da procura de algodão nos EUA mantêm-se inalteradas em comparação com fevereiro. O preço médio projetado é de agora 0,58 a 0,60 dólares por libra.
3. Vestuário com credenciais éticas
A especialista em sourcing William E Connor & Associates, sediada em Hong Kong, foi nomeada uma das empresas mais éticas do mundo pelo quinto ano consecutivo. A empresa é a única sediada na Ásia a receber a distinção atribuída pelo Ethisphere Institute e a única empresa de sourcing do mundo a ser incluída na lista. As empresas de vestuário consideradas as mais éticas do mundo em 2016 incluem a H&M, Levi Strauss & Co e a Marks & Spencer – que é cliente da William E Connor & Associates há 18 anos. «A nossa transparência enquanto empresa começa desde o início e exige que cada um dos nossos funcionários respeite o código de ética», afirmou o presidente do conselho de administração e CEO, William E. Connor. O sucesso da empresa baseia-se num modelo de negócio que permite que marcas, retalhistas e importadores se aprovisionem de vestuário e artigos para a casa de uma base de mais de 6.000 fábricas auditadas. Os rendimentos da empresa de sourcing são gerados através de comissões de clientes, com base no valor dos produtos entregues. Em 2016, foram distinguidas 131 empresas em 21 países e nos cinco continentes, representando mais de 45 indústrias. A H&M consta da lista pelo sexto ano, o que Anna Gedda, diretora de sustentabilidade da retalhista sueca, considera que reconhece o empenho do grupo de criar padrões e práticas éticas na indústria de moda. «Vamos prosseguir os nossos esforços para liderar a indústria da moda para um futuro onde os padrões éticos e sustentáveis são um pré-requisito para o sucesso», afirma.
4. Retalho britânico complica-se em fevereiro
O mês de fevereiro foi difícil para as vendas de vestuário e calçado no Reino Unido, com as condições meteorológicas mistas a travarem os consumidores, com os retalhistas a esperarem agora que março marque o arranque das vendas das novas coleções. Segundo o mais recente BRC-KPMG Retail/Online Sales Monitor, as vendas a retalho no Reino Unido aumentaram 1,1% em fevereiro, embora em termos comparáveis o aumento tenha sido de apenas 0,1%. Tanto as vendas de vestuário como as de calçado em loja registaram declínios em termos comparáveis. O BRC indicou que as categorias de moda sentiram dificuldades devido à volatilidade meteorológica, que significou que os consumidores não tiveram incentivo para gastar nas novas gamas para a primavera-verão. O crescimento das vendas foi sobretudo impulsionado pelas promoções nas gamas de inverno, e essencialmente do comércio eletrónico. Os retalhistas indicaram que o vestuário de marca foi o mais atrativo para os consumidores – um sinal encorajador de que os consumidores estão dispostos a subir de gama ao preço certo. Houve também uma boa procura por básicos, roupa interior na altura do Dia de São Valentim, jeans e sportswear para todos os segmentos.«Com as escolhas do design de moda feitas e com uma Páscoa mais cedo este ano, os retalhistas de vestuário vão esperar pelo sol de março para lançar as gamas da nova estação», considera David McCorquodale, diretor de retalho na KPMG. As vendas online de artigos não-alimentares aumentaram 10,7% em fevereiro, em comparação com um ano antes, quando subiram 8,3%. O vestuário foi a segunda categoria que mais contribuiu para este crescimento, com os acessórios de senhora particularmente fortes.
5. Under Armour lança ténis com impressão 3D
A marca de vestuário e calçado de performance Under Armour introduziu os primeiros ténis feitos com recursos a impressão 3D, que afirma serem «a chave para o futuro da inovação sob os pés». Os UA Architech têm uma sola intermédia impressa em 3D e um design auxético na parte de cima 3D ClutchFit para criar o que a Under Armour descreve como uns ténis «super-híbridos», que dão mais estabilidade e amortecimento aos atletas durante treinos intensivos. Os novos ténis são o resultado de um processo de investigação e desenvolvimento de dois anos, onde a equipa de inovação da marca estudou formas geométricas, materiais e estruturas para criar um design único e funcional para a sola intermédia. O resultado final só foi possível graças à impressão 3D e ao design generativo, uma tecnologia pioneira onde um algoritmo cria estruturas com base em critérios como durabilidade, flexibilidade e peso, o que resulta em estruturas complexas de alta performance. Foram feitos 96 pares dos UA Architech no Innovation Lab da Under Armour em Baltimore, que estarão disponíveis a partir de 18 de março no website e na loja de Baltimore da marca, com um preço de 299,99 dólares (cerca de 270 euros).
6. Calor arrefece vendas de casacos
Com o quarto trimestre mais quente desde que há registo, as vendas de vestuário de exterior nos EUA abrandaram em 2015, com os consumidores a optarem por camadas mais leves em vez de casacos de inverno pesados. As vendas anuais de vestuário de exterior mantiveram-se estagnadas em 2015, num ano que foi o segundo mais quente no país, a seguir a 2012, segundo o The NPD Group. A performance do vestuário de exterior está dependente do tempo. Um ano quente em 2012 e um dos invernos mais frios em 2013/2014 impulsionaram as vendas de vestuário de exterior em 2013, que subiram 9%, mas em 2015 as vendas sofreram como resultado de um quarto trimestre quente, caindo 6%. «Apesar das temperaturas atípicas, ainda há uma mudança em curso no que diz respeito às preferências dos consumidores em vestuário de exterior, que está a alterar a paisagem para a categoria», afirma Matt Powell, vice-presidente e analista da indústria de desporto no The NPD Group. «Impulsionado pelos millennials, os consumidores estão a escolher casacos volumosos leves e múltiplas camadas que incorporam novas tecnologias, em oposição aos casacos de inverno tradicionais e pesados. Os consumidores estão a fazer mais com menos. Em vez de comprarem produtos específicos para cada estação ou atividade, compram artigos adaptáveis e com diferentes fins», conclui.