Depois ter gerado enormes expectativas e de ter estourado cerca de 25 milhões de contos em apenas seis meses, a Boo.com anunciou em meados de Maio o seu encerramento, tornando-se assim o primeiro grande site de comércio electrónico europeu a fechar as portas.
Projectado como um site de roupa desportiva para jovens, a Boo, na euforia bolsista dos títulos .com no final de 1999, chegou a ser valorizada em cerca de 80 milhões de contos! Entre os accionistas da Boo contam-se o empresário francês Bernard Arnault, a família Benetton, a Omnia, a Sedco, e os bancos de investimento Goldman Sachs e J.P. Morgan.
As razões da falência prendem-se com os elevados custos de lançamento bem como a incapacidade em atrair um número suficiente de clientes. Isto significa que os problemas não tiveram a ver com as condições e a receptividade do mercado, mas sim de erros específicos que outros sites com sucesso já tinham aprendido a evitar à muito tempo. Por exemplo, o site da Boo demorava muito tempo a ser carregado nos browsers porque possuía demasiados gráficos e animações. Além disso eram abertas várias janelas do browser em simultâneo o que fazia com que o utilizador se perdesse na navegação do site.
No rescaldo do encerramento da Boo, a Bright Station, empresa de serviços de Internet, adquiriu a respectiva infraestrutura tecnológica cujo valor se estima em cerca de 20 milhões de contos. Esta empresa deverá rentabilizar a tecnologia bem como os programadores, através da prestação de serviços a empresas interessadas em criar sites de comércio electrónico. Quanto ao nome e ao domínio, foram adquiridos pela Fashionmall, um portal nova-iorquino de moda, que pretende transformar a Boo.com num portal de contacto entre os consumidores, as lojas originais, os fabricantes e os catálogos. Isto é, uma espécie de assistente virtual de compras, financiado pela publicidade e taxas cobradas aos retalhistas que vendam através da sua intermediação.