Billabong humanitária

Com valores ancorados no respeito pela natureza que a envolve, a Billabong não passa ao lado de uma defesa feroz do planeta. Entre as marcas de surf, não é a única a destacar os temas ambientais, mas a Billabong foi um pouco mais longe e criou um departamento especialmente concebido para o financiamento de associações humanitárias no seio da filial Billabong Girl. O departamento Design for Humanity alberga, assim, operações de vocação ambiental e social no mundo inteiro. Nos EUA, e particularmente em Los Angeles, a Billabong apresentou em Abril o primeiro evento a favor do desenvolvimento sustentável. Um primeiro capítulo para a Design for Humanity, que apresentou uma colecção de peças únicas nascidas do imaginário do surf. Pensadas por artistas, fotógrafos e surfistas de renome, foram postas a leilão no eBay e os fundos recolhidos – cerca de 18.000 euros – foram atribuídos à SurfAid, uma organização humanitária sem fins lucrativos, que providencia ajuda médica a populações que vivem em regiões isoladas. E como as preocupações ambientais não conhecem fronteiras, a Billabong lançou a segunda iniciativa da associação em Paris, no passado mês de Novembro. Três artistas puderam assim apresentar os frutos da sua colaboração com a marca de surf. O inglês Andy Ward, o espanhol Blami e o francês Jean-Michel Tixier fizeram parte, por uma estação, da equipa criativa da Billabong. Resultado? Três t-shirts – uma de cada um – vendidas juntamente com a colecção de Verão 2008. Modelos que deverão fazer-se acompanhar de uma quarta peça igualmente exclusiva. Mas o nome do designer não é ainda conhecido uma vez que será um concurso lançado no início do próximo ano que vai escolher o eleito. O suspense mantém-se, pois, para esta última edição especial cujo autor deverá ser escolhido por um júri composto, entre outros, pelos três artistas convidados pela Billabong. O conceito do concurso é simples: pintura, desenho, colagens… Tudo é permitido. A única restrição é que deverá estar numa tela quadrada de um metro e ser entregue antes de 31 de Março de 2008. A esta série de modelos inéditos, junta-se uma colecção dita eco-responsável. Algumas referências da colecção de Verão de 2008 privilegiam o denim reciclado e os jerseys em algodão orgânico. Para os botões, o couro e o coco são valorizados e os calções serão concebidos a partir de garrafas de plástico recicladas. Embora em número reduzido, estas peças sublinham a vontade da Billabong de «melhorar a vida dos outros com o nosso modo de vida» e «de sensibilizar com os produtos», como afirma um representante da marca, que deverá prosseguir a aventura humanitária na Austrália nos próximos anos. Esta orientação para a responsabilidade social e ambiental deverá contribuir também para a manutenção de «uma taxa de crescimento de dois algarismos mesmo no Inverno». Com cerca de 70 lojas no continente europeu, a Billabong afirma ter ainda «uma taxa de penetração na Europa mais reduzida que outras marcas». Para se impor, a marca tem procurado desenvolver a sua logística no Velho Continente, nomeadamente em França, e prevê aumentar o seu volume de negócios, que se situou nos 158 milhões de euros em 2006/2007.