Com o objetivo de «dar quantidade de movimento à desfossilização, gerando valor a partir de recursos biológicos», o projeto, apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem um investimento global de 138 milhões de euros e é liderado pelo CITEVE, num consórcio que envolve 55 parceiros, incluindo empresas de vários sectores, entre as quais a Fermir, a Fitecom, a Belfama, a Cork-a-tex, a Valérius, a Hata, a Inovafil, a J. Gomes, a Oldtrading, a Pafil, a Tintex, a ERT, a Caima, a Confetil, a Impetus, a JF Almeida, a Mundifios, a Lameirinho, a Riopele, a Salsa Jeans, a TMG Automotive, a TMG Textiles e a Zeitreel.
Com quatro pilares de base – biomateriais, circularidade, sustentabilidade e sociedade –, como indicou António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, durante o lançamento público, perante uma plateia que incluiu o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, no passado dia 11 de maio, o Be@t está organizado em nove iniciativas e 58 medidas alinhadas com esses pilares, preconizando a redução do consumo de matérias-primas de origem fóssil e substituição por matérias-primas de base biológica, redução das emissões de gases com efeito de estufa, aumento da integração e valorização de matérias-primas, resíduos e subprodutos de base biológica, aumento da eficiência na utilização de recursos nos processos de fabricação, redução da utilização de substâncias químicas críticas e aumento da cultura da produção e do consumo sustentável de baixo carbono, enumerou.
No final, o projeto prevê lançar 51 novos produtos, promover simbioses industriais e criar nove linhas piloto industriais.
«Tal como a vida, este processo inicia-se com um batimento e acredito verdadeiramente no potencial transformador que ele vai ter. Vai-nos deixar a todos muito orgulhosos e vai permitir, a partir daqui, ser uma referência que eu acredito que vai verdadeiramente transformar toda a indústria do vestuário e do têxtil», afirmou, sobre este projeto, Duarte Cordeiro, durante a sua intervenção.
Envolver a sociedade
Para além da indústria, o projeto pretende também chegar à sociedade e, por isso, estão previstas 29 campanhas de comunicação e marketing e foi criada uma rede de embaixadores. «No projeto be@t, acreditamos que todos os indivíduos têm um papel relevante na transição circular do sector do têxtil e do vestuário. Quando nos juntamos em prol do mesmo objetivo, podemos gerar um impacto social positivo», descreve a página do projeto.
Além destes representantes nacionais, há ainda nomes internacionais como embaixadores, incluindo Giusy Bettoni, CEO e fundadora da C.L.A.S.S., e Lutz Walter, secretário-geral da Textile ETP.
«O facto de haver pessoas representantes de vários segmentos da sociedade a aceitarem o nosso desafio para serem embaixadores trouxe ao evento de lançamento aquilo que nós queremos que o projeto Be@t seja: qualquer coisa que toque a todos os stakeholders, da cadeia de valor até à sociedade e, dentro da sociedade, os vários estratos, os vários tipos de consumidores», resumiu, ao Portugal Têxtil, António Braz Costa.
