O Comité de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) reuniu ontem para fazer o ponto da situação face ao euro, mas a reunião levantou ainda mais interrogações do que as que pretendia esclarecer. De acordo com o Correio da Manhã, os responsáveis do BCE quando confrontados com a queda do euro, a maior registada num período de 6 meses (abaixo dos 0,86 dólares e fechando nos 0,8568) consideraram a necessidade de intervir para segurar o euro. Esta intervenção não seria a primeira, uma vez que a autoridade monetária já decidira baixar os juros em defesa da moeda única quando esta se cotava nos 0, 8640 contra o dólar. A descida de 0,25 pontos decidida há 15 dias retirou qualquer margem de manobra à autoridade monetária que não encontrou forma de justificar uma nova descida. No entanto, alguns analistas avançam com uma justificação para a decisão do BCE: os maus resultados da economia alemã e francesa. Em declarações ao Correio da Manhã, Miguel Frasquilho, economista do BES, refere que, “com a inflação neste estado (taxa homóloga de 2,9 por cento em Abril, acima da meta dos dois por cento definidos pelo BCE para o médio prazo)”, o BCE não teria coragem de mexer nas taxas. Este cenário é confirmado pelo editorial de Maio do BCE onde se pode ler que “as taxas de juro se situam agora a um nível adequado para garantir a estabilidade dos preços a médio prazo”.