A banca portuguesa vai «aumentar os spreads de forma sustentada, o que se vai reflectir nos encargos para as empresas», disse Fernando Ullrich, vice-presidente do BPI, no debate de anteontem à noite, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes), adianta o Diário Económico. «Os bancos já se estão a preparar para este reajustamento há alguns meses», pelo que, «quando as pessoas vierem de férias, em Outubro, vão apanhar um susto, porque as notícias sobre a economia vão deixar de estar apenas nos jornais», sublinha Fernando Ulrich. O aumento dos spreads – margem cobrada pelos bancos pelo crédito que concedem – foi assim admitida claramente como uma solução em preparação «há meses» para fazer face ao abrandamento da economia e ao aumento de risco dos agentes económicos tomadores de fundos, que está associado a esse abrandamento. Na conferência promovida pela Sedes, na noite de segunda-feira, a tese de Fernando Ullrich foi apresentada como resposta à preocupação do economista Silva Lopes, que admitiu como provável que a banca internacional venha a limitar, ou mesmo cessar, os empréstimos aos bancos portugueses, levando a um inevitável acentuar do abrandamento da economia portuguesa.
