Baby Gi em crescimento

A marca de vestuário infantil está a crescer em todas as vertentes. Além de ter aumentado as vendas, expandiu também a produção própria, com uma unidade em Proença-a-Nova, e está a trabalhar num novo website para lançar em 2022.

Alfredo Moreira

Com cinco anos de história, a Baby Gi tem procurado afirmar-se no mercado, nomeadamente nos mercados externos, onde se tem expandido. «Criámos a empresa e fizemos um projeto de internacionalização no âmbito do Portugal 2020 em 2015. No primeiro semestre de 2016 estivemos a preparar tudo, a desenvolver o branding da marca e escolhemos a Fimi [em Espanha] para fazer a apresentação da marca. Fizemos a feira e correu muito bem. Embora tivéssemos um stand pequeno, na zona para novas marcas, tivemos uma boa aceitação e angariámos clientes: portugueses, espanhóis e ingleses principalmente. Foi aí que conseguimos abrir o mercado do Reino Unido, com quatro ou seis lojas-âncora que, ao verem-nos, quiseram apostar na marca», conta Alfredo Moreira, cofundador e co-CEO da marca, ao Jornal Têxtil.

Hoje, o Reino Unido é o segundo maior mercado da Baby Gi, sendo o primeiro lugar ocupado por Itália, ficando o pódio completo com a Bélgica, na terceira posição. Em todos os países, a marca, que exporta 75% do seu volume de negócios, tem clientes diversificados, sempre numa gama de mercado média-alta. «Temos clientes que têm uma grande capacidade aquisitiva e lojas com um peso muito grande na área geográfica em que atuam e temos clientes mais pequenos, em cidades mais pequenas ou vilas, que trabalham com menores volumes. Não estamos agarrados nem só às grandes cadeias nem ao pequeno cliente, temos uma gama de clientes muito alargada», salienta Alfredo Moreira.

No total, conta com cerca de 350 clientes, em mercados que, além da Europa, incluem também o Qatar, o Kuwait, a Jordânia e, mais recentemente, os EUA. «No início deste ano fechámos um acordo com um distribuidor americano e estamos a tentar introduzir a marca nos EUA, que é um país muito diverso em termos de opiniões e de gostos. Cada Estado tem uma forma de estar. Já temos clientes em Miami, por exemplo, porque estamos a falar de um mercado puramente latino que fomos angariando ao longo dos anos, mas o cliente de Miami nada tem a ver com o cliente de Nova Iorque e, portanto, estamos a começar a entrar por aí também. Como é um mercado muito grande e com muita oferta, é uma coisa que se vai construindo com o tempo», acredita.

Online reforçado

As lojas físicas próprias estão, neste momento, arredadas da estratégia da marca, que, contudo, está a fazer um reforço do canal online. «Estamos a fazer uma nova loja online para lançar em janeiro [de 2022]. Para já vamos pô-la ativa só para Portugal e Espanha. Depois, em função da evolução, logo se vê, porque quando temos outros países há questões de transporte e logística que trazem outros problemas. Também não somos uma marca que queira concorrer muito diretamente com os nossos clientes do retalho. Queremos ter a nossa loja online para suprir, por exemplo, uma pequena loja, numa pequena vila em Portugal, em Espanha ou em Itália, que comprou só uma pequena gama da coleção, mas as mães ou os pais daquele local viram outras coisas da coleção que gostaram e que o lojista não tem», justifica o co-CEO. «Não estamos a fazer isto como um meio de concorrência aos nossos clientes, mas sim como um complemento daquilo que eles não têm na loja para vender», acrescenta.

O crescimento da marca tem-se feito também pela expansão da gama de produtos. Inicialmente, a Baby Gi tinha coleções apenas de produtos para bebés dos zero aos 12 meses, mas na coleção de verão do ano passado alargou a gama até aos 36 meses. A pandemia trouxe igualmente algumas adaptações. «Introduzimos alguma coisa de loungewear, ou seja, produtos para as crianças estarem em casa ou irem para a escola mais confortáveis», revela Alfredo Moreira, que assume como principais valores da marca o design, onde impera a simplicidade e beleza, e a qualidade do produto.

Aposta na produção própria

Para manter esta qualidade, a Baby Gi tem apostado na produção própria, algo que teve desde sempre, mas que tem vindo a expandir. «No início da marca foi criada uma parceria com a fábrica da minha mãe [Bordados Girino] em que ela fabricava tudo para a marca. Entretanto criámos uma pequena unidade [com oito pessoas]», conta o co-CEO. «Ao longo destes cinco anos, fui procurando parceiros locais para aumentar a capacidade produtiva, mas aquilo que notámos é que as empresas, e os seus empresários, não têm a mesma visão do que são os nossos padrões de qualidade. Nas tentativas que fizemos, a quantidade de produto que vinha com problemas, com defeitos, era muito elevada. E desistimos de ir por esse caminho», indica. Face a esta situação, a marca instalou outra unidade produtiva, com cinco pessoas, em Proença-a-Nova, que começou a trabalhar em meados de setembro. «Estamos a tentar colmatar as necessidades de crescimento com produção interna, porque realmente quando vamos à procura de parceiros sentimos que não se enquadram nos padrões que temos», resume Alfredo Moreira.

Depois do crescimento de 50% conseguido em 2020, em parte devido às máscaras e equipamentos de proteção, para um volume de negócios de 1,12 milhões de euros, as expectativas são que 2021 seja, sem o efeito covid, um ano superior. «Agora, quando analiso as contas, retiro a faturação das máscaras e dos fatos e, no fecho de agosto estávamos com um crescimento na ordem dos 30% face a 2020», aponta o co-CEO. «De 2019 para 2021 foi quase um crescimento de 100%, duplicámos», sublinha.