A nova linha permite evitar o desperdício que decorre da produção de calçado, dando, assim, uma nova vida a materiais que, de outro modo, não seriam utilizados. «Havendo uma forma de usar sobras de peles que, de outra forma, seriam um desperdício e, ao mesmo tempo, criar combinações únicas e diferentes que são um excelente complemento à nossa coleção timeless, só podíamos aproveitar», afirma Luís Almeida, CEO da Atlanta Mocassin, ao Portugal Têxtil. «Além de que são um pequeno passo em direção a um mundo mais sustentável, o que acaba por ser uma motivação extra para seguir com um projeto assim», acrescenta.
A conjugação de peles de diferentes tonalidades e padrões garante combinações diferenciadoras que, segundo Luís Almeida, têm sido bem recebidas pelos consumidores. «A verdade é que são modelos que, em termos de comunicação, suscitam muita curiosidade e interesse, exatamente por serem diferentes do habitual, e, ao mesmo tempo, ajudam-nos a alcançar um público mais jovem, que normalmente gosta de coisas mais arrojadas», aponta.
A preocupação com a sustentabilidade reflete-se igualmente noutras áreas além dos materiais. «A Atlanta Mocassin, desde cedo, é uma marca que produz todas as encomendas após a confirmação da mesma, ou seja, ao contrário da maioria das marcas, não produzimos para ter em stock. Parecendo que não, esse é já um passo importantíssimo, uma vez que a indústria da moda, nomeadamente nos excedentes de stock, é uma das que mais contribui para a falta de sustentabilidade», sublinha o CEO.
A coleção para a primavera-verão é disso prova, combinando os modelos mais intemporais com propostas mais arrojadas, nomeadamente estampados florais e cores vibrantes. Além das propostas para homem e senhora, a marca propõe ainda conjugações para toda a família e a edição limitada Originals Penny Mocassins, com quatro modelos multicoloridos, com cores e texturas contrastantes.
Online a crescer
2020 foi, como em quase todos os sectores, um ano mais difícil para o negócio da Atlanta Mocassin. «A pandemia obrigou-nos a explorar e desenvolver novos canais de venda, principalmente o online», revela Luís Almeida, que sentiu retração em praticamente todos os mais de 30 mercados onde a marca está presente. «Mas os países europeus foram onde acabamos por sentir mais», confessa.
O comércio eletrónico estava já a crescer nos últimos anos e, em 2020, assumiu um protagonismo ainda maior. «O canal online, tanto através do nosso próprio website, como de parcerias com outras plataformas, tem tido uma evolução bastante significativa, sendo que atualmente já representa mais de 10% das nossas vendas», indica o CEO da Atlanta Mocassin.
Já este ano, «fomos vendo que tudo volta à normalidade», incluindo o regresso das feiras. Em junho «já estivemos presentes na Pitti Uomo e na Pitti Bimbo, em Florença, e iremos participar em mais se fizer sentido, claro», antevê.
Em termos de negócio, o primeiro semestre evoluiu «bastante bem para o que era expectável numa situação tão difícil como a que vivemos. Tivemos a necessidade de nos direcionar mais para outros canais, conforme mencionado anteriormente, e a verdade é que temos tido uma excelente adesão», assume Luís Almeida.
Para o resto de 2021, o CEO da Atlanta Mocassin prevê «continuar o caminho que temos seguido a nível de comunicação da marca, tentando chegar a cada vez mais pessoas, dar a conhecer a marca a novas audiências e apostar na vertente online que tem evoluído bastante nos últimos tempos».