O consórcio – que inclui várias associações e organizações não-governamentais como a Oikeutta eläimille (Finlândia), Otwarte Klatki (Polónia) e Tu Abrigo Su Vida (Espanha) – faz as acusações com base em imagens captadas em mais de 100 visitas a explorações agrícolas na Dinamarca, Finlândia, Polónia, Lituânia, Letónia e Espanha. As fotografias e vídeos mostram, segundo a AFP, visons, raposas e cães-guaxinim doentes ou com convulsões, além de vários cadáveres com feridas abertas que permanecem em jaulas.
Para a Humane Society Internacional (HSI), que representa várias associações, as imagens devem servir como alavanca para que a Europa proíba a existência deste tipo de exploração.
«Devemos proibir a criação de animais para a produção de peles em toda a Europa porque é evidente que que o sofrimento animal é a marca desta indústria», afirma, à AFP, Wendy Higgins, porta-voz da HSI.
Uma petição a exigir o fim da indústria das peles com 1,5 milhões de assinaturas de cidadãos europeus foi enviada à Comissão Europeia, com as associações a aguardarem uma resposta até 14 de dezembro.
«Não vou reagir [às conclusões] de pessoas que invadem quintas, assustam animais e criam vídeos enganadores», refere, por sua vez, Mark Oaten, CEO da International Fur Federation, que representa o sector das peles, acrescentando que «estamos abertos a uma avaliação científica das quintas produtoras de peles, feitas por investigadores independentes, não temos nada a esconder, nada a temer».
Mark Oaten realça ainda que uma proibição total significaria a perda de milhares de empregos numa indústria que representa 18 mil milhões de dólares em todo o mundo.
Atualmente, a produção de peles é proibida em 20 países europeus, incluindo 15 países da UE.
A Finlândia é líder europeia nesta indústria, contando com cerca de 400 explorações de peles, num total de cerca de 1,3 milhões de animais, principalmente visons e raposas. Na Dinamarca, a criação de visons voltou a ser autorizada no início deste ano, depois de uma proibição durante a pandemia para evitar as mutações do vírus.