De acordo com a análise dos dados preliminares disponíveis no Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice da balança comercial de Portugal ficou cifrado na ordem dos 8,83 mil milhões de euros no conjunto do primeiro quadrimestre do ano. Este valor evidencia um decréscimo de 4,2% em relação ao défice da balança comercial registado em igual período de 2022, refletindo uma subida de 8,9% no total das exportações portuguesas de bens, enquanto as importações cresceram 5,3% no conjunto do período de janeiro a abril de 2023.
Excluindo os “combustíveis e lubrificantes”, o défice da balança comercial de Portugal situou-se nos 6,32 mil milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano, evidenciando um agravamento de 8,9% em relação ao valor registado em igual período de 2022. Este resultado surge na sequência de um aumento de 10,6% nas exportações e de 10,3% no valor das importações. Excluindo os produtos energéticos, e com base na perspetiva dos desempenhos por região, verificou-se, no período de janeiro a abril, uma subida homóloga de 7,7% no valor das exportações destinadas ao mercado intracomunitário e de 19,2% nas exportações destinadas ao mercado extracomunitário. Do lado das importações de Portugal, as provenientes de mercados intracomunitários registaram um incremento de 14,1%, enquanto as provenientes de origens extracomunitárias diminuíram 3,0%.

Em termos específicos para a indústria do têxtil e do vestuário, analisando a evolução em período homólogo do índice de volume de negócios na indústria (INE) para o mês de março de 2023, a análise do CENIT evidencia uma descida de 3,4% no sector têxtil e uma subida de 7,3% no sector do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registado um aumento de 8,1% em relação ao mês de março de 2022. Em termos da evolução em cadeia, há um crescimento de 26,0% no sector têxtil e de 20,9% no sector do vestuário, sendo registada uma subida de 20,9% nas indústrias transformadoras.

Relativamente à evolução em período homólogo do índice de produção industrial (INE) para o mês de março, regista-se uma descida de 7,8% no sector têxtil (esta é a 16.ª variação homóloga negativa consecutiva) e de 8,2% no sector do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras evidencia-se uma subida de 0,1% em relação ao mês de março de 2022. Em termos da evolução em cadeia, há um incremento de 21,7% no sector têxtil e de 26,0% no sector do vestuário, tendo-se verificado uma subida de 17,3% nas indústrias transformadoras.
Emprego e horas trabalhadas também diminuem
Os dados para a variação homóloga do índice de emprego na indústria (INE) evidenciaram em abril uma descida de 2,1% no sector têxtil e de 1,8% no sector do vestuário. Nas indústrias transformadoras foi registada uma subida de 1,0%. Relativamente à variação em cadeia, entre os meses de março e abril, o índice de emprego na indústria diminuiu 0,1% no sector têxtil e 0,5% no sector do vestuário, tendo permanecido praticamente inalterado nas indústrias transformadoras.

De acordo com os dados do INE para a variação homóloga do índice de horas trabalhadas na indústria, foi registada, em abril, uma diminuição de 8,7% no sector têxtil e de 6,7% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma descida de 3,4% em relação a igual período de 2022. Ao nível da variação em cadeia, foram registadas quebras de 15,4% no sector têxtil e de 16,7% no sector do vestuário, entre março e abril, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se uma redução de 16,2%.

O índice de preços na produção industrial (INE) registou, em termos homólogos no mês de abril, um aumento de 2,7% ao nível do sector têxtil e de 1,2% no sector do vestuário. Este indicador registou uma subida homóloga de 2,9% ao nível das indústrias transformadoras. Na variação em cadeia, entre os meses de março e abril, verificou-se um aumento de 0,2% no sector têxtil e de 1,5% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras o índice registou um decréscimo de 0,7%.
Relativamente à variação homóloga do índice de preços no consumidor (INE), foi registada, no mês de maio, uma subida de 4,5% ao nível dos têxteis de uso doméstico e de 1,7% nos artigos de vestuário. Analisando a evolução em cadeia, na comparação com o mês de abril, foi sentido um aumento de 0,1% nos têxteis de uso doméstico e de 0,2% nos artigos de vestuário.
O indicador de clima económico do INE registou em maio (+2,0%) uma descida da perceção positiva do clima económico por parte das empresas, invertendo a tendência positiva verificada desde dezembro de 2022. Por seu lado, também o indicador de confiança da indústria transformadora do INE, aumentou em maio a perceção negativa das empresas (-6,6%), reforçando a quebra verificada no mês anterior (-4,8%).