Arcadia em recuperação

O grupo britânico Arcadia Group plc, obteve bons resultados ao concentrar-se nos seus “core businesses” – as redes de filiais de Dorothy Perkins, Burton, Evans, Wallis, Tops e Miss Selfridge. Durante o ano fiscal 2000/01, a empresa conseguiu acabar com a sua fase de prejuízos. Mesmo assim, o corrente ano começou lentamente. Segundo a empresa, as razões que levaram a este facto foram as temperaturas altas demais, os atentados do dia 11 de Setembro e a guerra no Afeganistão. Apesar disto, Stuart Rose, director do segundo maior grupo de comércio a retalho de roupa britânico, está confiante de que a Arcadia vai conseguir alcançar os seus objectivos económicos. «Vendemos as marcas que não consideramos parte dos nossos “core businesses”, aumentamos a eficiência do grupo, reduzimos as dívidas e aumentamos a eficiência da nossa corrente de fornecimento. As nossas restantes seis marcas têm uma boa presença no comércio a retalho e um bom potencial.» No ano fiscal 2000/01, o volume de vendas do grupo diminuiu 3% atingindo 3,04 mil milhões de euros (609 milhões de contos). O prejuízo antes dos impostos, foi de 78 milhões de euros (15,6 milhões de contos) sendo mais baixo do que o previsto. Este valor inclui as despesas num valor de 163 milhões de euros (32,6 milhões de contos) que são o resultado de uma reorganização do grupo causada pela venda de 402 “outlets” sem lucro. No início do mês de Outubro, a Arcadia vendeu as redes de moda Warehouse, Principles, Racing Green e Hawkshead por 56,2 milhões de euros (11,2 milhões de contos). No ano fiscal passado, estas marcas contribuíram com 385 milhões de euros (77,1 milhões de contos) para o volume de vendas do grupo. Em relação às restantes marcas, o volume de vendas adicionou-se a um valor de 2,57 mil milhões de euros (515 milhões de contos). Estas são divididas em três grupos – Burton e Dorothy Perkins (marcas de main-stream); Evans e Wallis (marcas de nicho para clientes mais velhas); Tops e Selfridge (Young Fashion) – cada um com uma equipa de gerentes própria. No processo de racionalização, a base de fornecedores foi diminuída e a aquisição dos produtos foi em parte, transferida da Ásia para a Europa (especialmente para a Turquia e para a Roménia). Com isto, a Arcadia quer diminuir o prazo do fornecimento e melhorar a sua capacidade de reagir. Depois das reestruturações terem acabado, a maior empresa de comércio a retalho islandesa, Baugur hf., Reykiavik, quer adquirir o grupo Arcadia. A empresa já obteve uma quota de 20% na Arcadia e oferece entre 4,50 e 4,80 euros (902 e 962 escudos) por título dos 80% que faltam, o que equivale a um valor de 915 milhões de euros (183 milhões de contos). Os especialistas da área têm dúvidas em relação ao comportamento da Baugur devido à diferença entre as duas empresas. O volume de vendas da Baugur, cerca de 353 milhões de euros (70,7 milhões de contos), só equivale a 14% do volume de vendas da Arcadia. Além disto, a Baugur é especializada no ramo de comércio a retalho de alimentação e obtém a maior parte do seu volume de vendas através de supermercados, armazéns e uma rede de filiais de produtos desportivos. Há já algum tempo, que existem contratos de franchising com a Arcadia, Debenhams e Zara. A Baugur quer agora, também aumentar a sua presença na área da moda.