A tecnologia desenvolvida no projeto EcoTex, copromovido pela Aquitex e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, compreende um consórcio microbiano, e o método para o obter, para melhorar a eficiência de degradação de corantes sintéticos de estações de tratamento de efluentes em águas residuais, em particular águas residuais geradas pelas indústrias têxtil e de impressão, entre outras, explica a newsletter do Compete 2020, que cofinanciou o projeto ECOTEX@PI, que compreende a submissão de pedido de patente internacional, reivindicando prioridade de pedidos de patente tanto em Portugal como a nível europeu.
«O referido consórcio compreende um único microrganismo ou uma combinação sinérgica de microrganismos seletivos para desenvolver um consórcio que permita a degradação eficaz dos corantes sintéticos presentes nas águas residuais e a sua conversão em substâncias inofensivas e amigas do ambiente. A invenção também fornece os referidos microrganismos e seus respetivos isolamentos», acrescenta.
O projeto EcoTex começou pelo desenvolvimento de corantes têxteis com base em polissacarídeos, que necessitassem de quantidades reduzidas de reagentes para a aplicação, procurando ainda obter soluções biológicas de descoloração têxtil que permitissem substituir os processos físicos e químicos atualmente usados, assim como a redução dos efluentes produzidos. «Estes novos produtos destinam-se a empresas que demonstrem uma particular preocupação com questões relacionadas com o impacto ambiental dos seus produtos e processos, conscientes das necessidades do mercado de soluções mais sustentáveis», resume a ficha do projeto EcoTex.
As soluções obtidas destacam-se por utilizar polissacarídeos biocompatíveis e biologicamente ativos em corantes têxteis, permitir a redução da quantidade de sal e água usados no processo de tingimento, assim como de químicos utilizados, e pelo uso de soluções enzimáticas ou consórcios de microrganismos nos processos de descoloração de efluentes da indústria têxtil, sob a forma de produtos liofilizados ou imobilizados em diferentes matrizes para prolongamento da sua viabilidade e para aumento da sua estabilidade.
Aposta na inovação
«Sempre que a Aquitex tem um projeto, depois de reunir todas as condições, executa-o, seja apoiado ou não. Acreditamos na inovação como meio de sobrevivência e, por esta razão, colocamo-la em primeiro lugar na nossa lista de prioridades. Esta postura faz com que canalizemos muito dinheiro para esta área», revela Jorge Faria, administrador da Aquitex, que salienta, contudo, que «o Compete 2020 tem sido fundamental na execução desta estratégia, pois vitamina-nos para novos projetos».