Ao longo dos últimos 10 anos, de acordo com o Institut Français de la Mode (IFM), o PIB tunisino aumentou, em média, cerca de 5% por ano. Em 2007, o crescimento foi de 6% e o ano de 2008 deverÁ conhecer a mesma tendência. E o IFM aponta os principais motores da economia tunisina: o consumo das famílias e as exportações. Embora o sector da confecção na Tunísia seja considerÁvel, o sector têxtil a montante compreende menos de 400 empresas. As fiações dispõem de cerca de 160.000 funcionÁrios, contra mais de 7 milhões na Turquia. A tecelagem conta com aproximadamente 4.000 empregados. A título de comparação, a Turquia conta 60.000 funcionÁrios. A produção do sector têxtil tunisino é, por isso, relativamente modesta, aponta o IFM, e as empresas de confecção recorrem na sua maioria às importações para as suas necessidades em tecidos. De acordo com as estatísticas da Organização Mundial de Comércio (OMC), em 2006 a Tunísia importou pouco mais de 1,6 mil milhões de dólares de produtos têxteis. Na estrutura das importações, os tecidos totalizam a parte mais importante. Os dois principais fornecedores têxteis da Tunísia são a ItÁlia e a França (respectivamente 32% e 28% das suas importações em valor). A Tunísia figura mesmo no primeiro lugar dos clientes de tecidos da França, à frente de Marrocos e da Alemanha. O acordo assinado entre a Tunísia e a Turquia levou a uma intensificação das importações têxteis provenientes da Turquia: em 2007 aumentaram 59% em valor em relação a 2006. Quanto ao vestuÁrio, as condições são diferentes. A Tunísia, que beneficia da proximidade geogrÁfica com a Europa, especializou-se na sub-contratação. A maioria das empresas de confecção são totalmente exportadoras e os principais clientes são europeus. A intensificação da concorrência nos últimos anos incitou a Tunísia a demarcar-se de um papel de simples sub-contratada, propondo aos compradores uma oferta mais completa. Foi assim que os poderes públicos e os profissionais do sector elaboraram um plano ao nível das empresas, no seio do qual a passagem de sub-contratação à co-contratação ocupa um lugar central. De acordo com o IFM, em 2007 as exportações de vestuÁrio da Tunísia beneficiaram de um crescimento de 14% em valor. Ao longo do primeiro trimestre de 2008, a tendência manteve-se (mais 9%) apesar do desmantelamento das últimas quotas chinesas. A estrutura das exportações de vestuÁrio da Tunísia é dominada pelo vestuÁrio de tecido (77% em valor), com o vestuÁrio em malha a representar uma parte mais fraca (23%). A França mantém-se como principal cliente da Tunísia, com uma quota de 35% no total de exportações de vestuÁrio do país; o HexÁgono é seguido de perto pela ItÁlia (33%). A UE importou em 2007 o equivalente a 2,7 mil milhões de euros de produtos de vestuÁrio provenientes da Tunísia. O país ficou assim no quinto lugar dos fornecedores de vestuÁrio da União Europeia, com uma quota de mercado de 4,7%. Após ter marcado passo em 2005, os aprovisionamentos europeus na Tunísia intensificaram-se a partir de 2006. A Tunísia soube também valorizar a sua proximidade geogrÁfica com a Europa, nomeadamente com a ItÁlia, inscrevendo-se na dinâmica da fast fashion praticada pelos distribuidores europeus.