A Puma não consegue estimar os resultados para a totalidade do ano, depois de ter visto a pandemia atingir os resultados (vendas e lucros) do segundo trimestre.
«A incerteza à volta do vírus e o facto de o número global de pessoas infetadas ainda estar a aumentar tornam impossível determinar uma perspetiva financeira precisa para o ano inteiro», afirmou o CEO Bjoern Gulden, citado pela Reuters.
As vendas no segundo trimestre caíram 30,7%, para os 831 milhões de euros, já o prejuízo antes dos impostos agravou para os 114,8 milhões de euros, valor que compara aos 80,3 milhões de euros registados em igual período do ano anterior.
Estes dados levam mesmo o CEO da Puma a considerar o segundo trimestre como «o período mais difícil».
Bjoern Gulden recorda que devido aos bloqueios do coronavírus, 85% dos negócios de moda e desporto estiveram fechados a nível mundial no segundo trimestre do ano.
A Puma, que entretanto reforçou os canais do comércio eletrónico, garantiu ainda financiamento e liquidez para sobreviver à crise provocada pela pandemia de Covid-19. Nesse sentido, em maio, garantiu uma linha de crédito de 900 milhões de euros, incluindo 625 milhões do banco alemão.
Numa análise mais refinada é possível perceber que o segundo trimestre começou com uma queda de 55% nas vendas, em abril, e de 38% em maio. No final de junho sentiu-se uma pequena melhoria, com as vendas a caírem apenas 6%, fruto de estarem já abertas 85% das lojas Puma.
A indústria de artigos desportivos está, neste momento, a beneficiar de um efeito pós-confinamento e que tem a ver com o maior número de pessoas que começaram a fazer exercício.
O CEO do grupo alemão está, contudo, cauteloso e apesar de confiar na recuperação dos mercados até ao final de 2020 e em 2021, não deixa de reconhecer que existe o risco de uma segunda vaga.