A ambição de chegar àquela que é, por muitos, considerado o salão de moda por eleição vai concretizar-se já em setembro ou na primeira edição de 2021. «Não estivemos antes porque também não fizemos um forcing grande, mas queremos estar nessa feira», revela Luís Andrade, administrador e fundador da empresa, que garante que está «tudo alinhavado» para a estreia. «Tivemos entrada na feira pela Luís Andrade [a outra empresa que detém], mas queremos entrada pela Anbievolution, que é a marca que queremos dar mais a conhecer ao mercado», explica ao Portugal Têxtil.
Espanha e EUA em alta
Atualmente, a Anbievolution fatura metade do seu volume de negócios – que em 2019 rondou os 3 milhões de euros – no mercado externo, com destaque para Itália, Grécia, Espanha e EUA. Apesar de ter conseguido atingir o objetivo a que se tinha proposto no início do ano, «até o ultrapassamos», Luís Andrade considera que «podia ter sido melhor», mas a conjuntura fez-se sentir. «Notei o mercado italiano a retrair», confessa. Esta retração foi, contudo, compensada por Espanha.
No país vizinho, a Anbievolution tem procurado conquistar um mercado de maior valor acrescentado, incluindo dentro dos atuais clientes. «Não quero fazer aqueles produtos normais que toda a gente faz. Queremos subir a qualidade», refere, dando como exemplo o grupo Inditex. «Todos os grupos têm a sua qualidade, uns mais, outros menos, mas queremos fazer artigos diferenciados e acho que, nesse sentido, o grupo Inditex não nos traz tanta atratividade como trazem os outros mercados de artigos especiais», justifica.
Os EUA têm vindo igualmente a surpreender. «Os EUA, ao contrário do que diz o presidente Trump, ligam muito à sustentabilidade e querem muito produtos sustentáveis», afirma.
Atenção à sustentabilidade
Esta é, de resto, uma preocupação estampada na coleção da Anbievolution, que inclui uma gama alargada de artigos com matérias-primas orgânicas e recicladas. «A sustentabilidade é uma preocupação para todos nós», acredita Luís Andrade. «Neste momento temos a linha toda de certificados na área da sustentabilidade – GOTS (Global Organic Textile Standard), OCS Blended (Organic Content Standard para misturas), OCS 100 (Organic Content Standard) e GRS (Global Recycled Standard). Temos todas estas certificações, foi uma coisa que conseguimos obter no final do ano passado, e cada vez mais estamos a apostar na área da sustentabilidade», destaca.
O início deste ano não começou com o pé direito, mas Luís Andrade acredita, ainda assim, que a Anbievolution irá crescer. «Estou a prever um ano melhor do que 2019. Tenho coisas mais ou menos afinadas e encomendas alinhavadas para conseguir faturar mais do que no ano passado. Mas o primeiro trimestre vai ser muito fraco – acho que é geral, não é só o meu caso», aponta.
Os objetivos passam por consolidar, «principalmente os EUA e Espanha», assume. «Não prevejo avançar para mais nenhum mercado novo», conclui Luís Andrade.