Depois de um ano de um projeto colaborativo apoiado pela Fashion for Good, as retalhistas vão usar em protótipos o material desenvolvido pela norte-americana Kintra Fibers em alternativa ao poliéster, que a somar a benefícios ambientais, traz também argumentos em termos de performance.
«Os fios e têxteis da Kintra oferecem uma versatilidade semelhante ao poliéster tradicional, tornando-os ideais para os mercados do luxo, desporto e pronto-a-vestir», afirma Katrin Ley, diretora-geral da Fashion for Good. «Cada marca no consórcio escolheu uma aplicação que é única para as suas necessidades de design de produto e objetivos de sustentabilidade», acrescenta.
Esta combinação de características tem ainda benefícios ambientais adicionais, uma vez que para se conseguir propriedades semelhantes com o poliéster convencional é necessário misturá-lo com algodão e elastano, o que torna mais difícil a reciclagem no fim de vida do produto.
A Kintra advoga que a produção da sua resina alternativa ao poliéster resulta numa diminuição de 95% nas emissões de gases com efeito de estufa, uma redução de 30% na utilização de água e de 20% no consumo de energia em comparação com o poliéster convencional e antecipa poupanças energéticas ainda maiores com a avaliação completa do ciclo de vida, uma vez que a análise preliminar não incluiu a fiação nem o tingimento e acabamentos, para os quais a Kintra usa uma temperatura mais baixa.
Estas propriedades foram já testadas em várias estruturas têxteis, incluindo cetim, tecidos para vestuário exterior técnico e malhas produzidas em teares a jato de ar.
A Kintra Fibers foi uma das empresas inovadoras selecionadas pela Fashion for Good para o Fashion for Good 2022 Global Innovation Programme, o programa de aceleração de inovação. Antes, a empresa sediada em Nova Iorque tinha já recebido o investimento da Pangaia.