Alda Têxteis investe na produção

Uma nova máquina de corte automático e a renovação de outros equipamentos produtivos são os dois mais recentes investimentos da Alda Têxteis, que no ano passado teve um dos seus melhores anos de sempre, com um crescimento a rondar os 30%.

Josias Barroso

«Investimos continuamente, seja em renovação de máquinas, seja em inovação de alguma área», afirma Josias Barroso, administrador da Alda Têxteis. «Este ano adquirimos uma máquina de corte automática», revela ao Portugal Têxtil, sem deixar de salientar que, no ano passado, os investimentos foram «basicamente uma renovação de equipamentos».

Com uma força de trabalho de 50 pessoas, a produtora de têxteis-lar, que concentra grande parte das suas vendas nos mercados europeus, procura estar constantemente atualizada e inovar ao nível do produto. «Tentamos sempre apresentar coisas novas, se bem que o que tem vingado mais – e penso que será o futuro – é a questão da sustentabilidade», explica.

Por isso mesmo, a Alda Têxteis tem apostado em certificações, nomeadamente GOTS – Global Organic Textile Standard, BCI – Better Cotton Initiative e GRS – Global Recycled Standard. «Desde há uns anos para cá que temos vindo a apostar nisso e hoje estamos a colher os frutos», garante o administrador.

Um ano de crescimento

Os últimos dois anos, marcados pela pandemia, acabaram por ser de crescimento para a empresa, tal como aconteceu com a maioria dos negócios dedicados aos têxteis-lar. «Foram anos estranhos, porque quando se esperava uma quebra causada pela pandemia, foi o oposto. Houve um boom e foi um desafio conseguirmos dar resposta a todas as necessidades, E ainda que com todas as adversidades que encontrámos pelo caminho, como o isolamento e muita gente de baixa, no nosso caso correu tudo bem, conseguimos sempre isolar a tempo os casos que foram surgindo e nunca tivemos que encerrar nenhuma secção», adianta Josias Barroso.

E apesar de se ter dedicado, por um breve período, à produção de máscaras sociais, rapidamente a Alda Têxteis voltou ao fornecimento de sacos de edredão, almofadas e mantas, que constituem o core business da empresa. «Entretanto as encomendas começaram a andar novamente e nós somos especializados em roupa de cama, não em acessórios», sublinha o administrador, que assegura ainda que a especialista em roupa de cama manteve «a mesma maneira de trabalhar» e que, apesar das visitas presenciais terem sido interrompidas, o contacto com os clientes manteve-se. «Habituámo-nos às videochamadas e hoje é uma realidade, até temos uma proximidade maior ao cliente. Aquilo que era estranho há uns tempos, o estarmos sempre a aparecer, hoje há uma maior abertura dos clientes para isso», explica Josias Barroso.

A empresa fechou 2021 com um volume de negócios próximo dos oito milhões de euros, equivalendo a um crescimento «à volta de 30%», avança o administrador, mas o início de 2022 tem-se mostrado mais desafiante. «Estamos a sentir uma quebra grande», confessa Josias Barroso, que atribui a incerteza no mercado à guerra na Ucrânia. Por outro lado, há também o aumento das matérias-primas, com uma consequente subida dos preços de venda da Alda Têxteis. «Temos tecidos que subiram 25% a 30%, outros subiram 100% a 150%», aponta o administrador. «Está tudo a aumentar e isso tem que se refletir no preço final também», justifica.

Ainda assim, Josias Barroso assume-se como «uma pessoa otimista» e, por isso, a expectativa é «que isto volte à normalidade».