Alda Têxteis à frente do seu tempo

Com coleções que andam a par com a moda e, por isso, muitas vezes à frente das tendências nos têxteis-lar, a Alda Têxteis continua a procurar afirmar-se internacionalmente, em mercados tão díspares como a América Latina ou o Japão.

O linho, tanto em roupa de cama como nos felpos, e os efeitos lavados fazem parte das propostas que a Alda Têxteis tem vindo a apresentar este ano, em certames como a Heimtextil, a Market Week e a Guimarães Home Fashion Week, mas nem todos os artigos são propriamente uma novidade. «Recuperámos algumas coisas que já apresentámos na Heimtextil há três anos, que na altura não tiveram grande sucesso e agora se revelaram quase o bestseller da empresa», adianta, ao Jornal Têxtil, o administrador Carlos Barroso. «Temo-nos apercebido que aquilo que apresentámos na Heimtextil só um ano depois é que começa a ter alguma procura. Acho que o facto de trabalharmos muito em consonância com o vestuário e as malhas faz com que as pessoas tenham sempre alguma dificuldade em compreender naquele ano o porquê aquele artigo. Sentimos que só no ano seguinte as novidades começam a despertar interesse», acrescenta.

O design e a imagem são, destaca Carlos Barroso, elementos que a Alda Têxteis procura valorizar a cada coleção e isso justificou, inclusivamente, o investimento na renovação do showroom e do exterior da empresa, localizada na Póvoa de Lanhoso. «A renovação do showroom foi importante porque é hoje o nosso espaço primordial para receber qualquer cliente. Também acabámos por dar uma refrescadela à própria empresa no seu exterior, para a tornarmos um pouco mais moderna e os clientes sentirem que há uma melhoria contínua», revela Carlos Barroso.

Ordem para exportar

Com os clientes internacionais a representarem cerca de 75% das vendas da empresa, os mercados externos são um pilar do crescimento da Alda Têxteis, que quer juntar novas bandeiras a um mapa mundial onde a Europa – em especial Alemanha, França e Benelux – ocupa a dianteira, mas onde há também espaço para mais geografias. «Depois da Europa, está tudo muito distribuído. Estamos a trabalhar um pouco com Israel, um pouquinho com o Japão, um pouquinho com o Canadá, com os EUA, com o Chile, com o México… Temos tudo bastante disperso», afirma o administrador.

Os EUA são um dos alvos, «porque ainda não encontramos aqueles que serão, na minha perspetiva, os nossos parceiros ideais. O trabalho que fazemos é muito esporádico, ainda não tem consistência e precisamos de ganhar essa consistência», explica o administrador. Mais abaixo, «o mercado sul-americano, da mesma forma que o mercado asiático, é feito ainda de um modo um pouco rudimentar, de contactos diretos. Tem resultado em alguns pequenos negócios mas a ideia é consolidar esses negócios e aumentá-los», admite.

Com 40 pessoas a trabalhar na empresa, que registou, em 2017, um volume de negócios que rondou os 4,5 milhões de euros, Carlos Barroso assume que há dificuldades a ultrapassar, nomeadamente a instabilidade política internacional, sobretudo nos EUA, e o aumento do custo das matérias-primas, como o algodão, linho e poliéster. No entanto, a meta para este ano, à semelhança do que aconteceu em 2017, é o crescimento, mas mantendo sempre os pés bem assentes na terra. «Não nos enganamos, sabemos que o mercado é difícil, é competitivo, os clientes já não são tão grandes nem tão fortes como eram no passado e isso obriga-nos a trabalhar o dobro para conseguir um pouco mais. Por isso mesmo, a nossa luta é desenvolver sempre artigos novos, promover a nossa marca cada vez mais lá para fora e termos também artigos que se revistam de interesse para os nossos clientes, para continuarmos esta senda de crescimento que temos registado», conclui.