Albini aponta ao futuro com tecidos antivírus

A produtora italiana está a lançar no mercado uma gama de tecidos que protegem contra vírus e bactérias. Batizados ViroFormula, usam a tecnologia Viroblock, da HeiQ, que reduz o risco e a velocidade de contaminação e transmissão, e já se mostraram eficazes contra os coronavírus.

Os tecidos são tratados com um acabamento que garante proteção contra o coronavírus e não só. Segundo a Albini, são usados elementos químicos e têxteis para eliminar as partículas de vírus em apenas alguns minutos, graças a uma combinação de uma tecnologia de lipossomas, atualmente a aguardar patente, que destrói os vírus ao eliminar o teor de colesterol dos mesmos, depois de terem sido bloqueados pela tecnologia à base de prata, que ativa reações antivirais de elevado espectro ao atrair os vírus e permanentemente ligá-los aos seus grupos de enxofre.

Os tecidos ViroFormula podem ser usados para criar qualquer tipo de vestuário, em diferentes pesos e estruturas, tornando-os ideais, garante a Albini, para a produção de camisas, casacos e calças, assim como para máscaras, batas e outras peças de vestuário de proteção. O efeito do acabamento dura até 30 lavagens.

Os produtos usados no acabamento foram também testados em termos de segurança para os utilizadores e considerados como não irritantes para a pele, sendo ainda sustentáveis em termos ambientais.

«Neste período incerto e crítico em que nos encontramos atualmente, decidimos não parar: pelo contrário, continuamos a procurar novas soluções e produtos para enfrentar estes novos desafios», afirma Stefano Albini, presidente da produtora de tecidos. «Neste contexto, desenvolvemos os tecidos ViroFormula que fornecem proteção ativa contra vírus e bactérias», revela.

Inovação como estratégia

A Albini, que contabiliza 144 anos de história e sete unidades produtivas, quatro das quais em Itália, tem-se focado, refere a administração, na investigação e desenvolvimento de novos produtos, procurando inovar em cada fase do processo.

«Para além da nossa vasta gama de tecidos de performance, quisemos criar uma nova categoria de produtos, únicos: os tecidos mais bonitos do mundo com a capacidade de nos proteger contra vírus», explica o diretor criativo, Fabio Albini. «Embora tenhamos sido apanhados num momento difícil, inspirámo-nos no mundo à nossa volta para estudar uma solução criativa e inovadora que responde às necessidades imediatas dos nossos clientes. Assegurar que eles podem usar agora um futuro melhor», sublinha.

ViroFormula

Já Carlo Centonze, cofundador e CEO do grupo HeiQ, reconhece estar «muito contente pela Albini, líder na produção de tecidos de elevada qualidade para a indústria da moda, estar a unir forças para desenvolver mais peças de vestuário resistentes aos vírus para ajudar a lutar contra a pandemia global de Covid-19».

A produtora de tecidos italiana tem estado a investir fortemente em inovação, tendo inaugurado, em 2019, o Albini Next, um think tank pensado para impulsionar a mudança nos têxteis, com base no seu know-how e parcerias industriais e académicas. Foi neste contexto que surgiu a colaboração com a empresa química suíça, que conduziu à gama ViroFormula.

«Este projeto de tecidos antivirais faz parte do caminho de inovação que temos perseguido há anos, com o objetivo de ultrapassar as barreiras e traçar novas fronteiras em têxteis, sobretudo graças ao nosso think tank Albini Next. Por nossa causa, inovação significa interpretar o futuro para melhorar o nosso presente», admite Stefano Albini.

Recuperação em 2022

Ao suplemento de economia do Corriere Della Sera, o presidente da Albini adianta que «já temos vários pedidos de tecidos ViroFormula em linho, algodão puro ou misturas e esses novos tecidos serão apresentados na Milano Unica em setembro».

Stefano Albini

Em 2019, a empresa, que controla toda a cadeia de aprovisionamento, desde o cultivo de algodão ao tecido, produziu 12,5 milhões de metros de tecido. A Albini interrompeu as operações em Bérgamo durante a emergência sanitária, tendo as mesmas recomeçado a laborar a 4 de maio. «Nas fábricas que possuímos no Egito e na República Checa continuamos a trabalhar, embora a um ritmo mais lento devido às várias restrições legais», acrescenta.

Com 70% de exportação para 80 países do mundo, com especial destaque para os EUA, que representam uma quota de 12% do seu volume de negócios, cifrado em 141 milhões de euros no último exercício, a Albini espera que 2021 seja o ano da retoma, mas «em câmara lenta», aponta Stefano Albini. «Em 2020, temos de contar com uma queda entre 25% e 35% e acredito que só em 2022 poderemos regressar novamente aos números de 2019» afiança o presidente, destacando ainda que «a diferença nos próximos anos será feita por tecidos técnicos de alta performance, como os tecidos ViroFormula».