Aerosoles líder no sector do calçado português

Apesar de todas as dificuldades que se fizeram sentir a nível económico nos vários mercados, a Aerosoles não tem motivos de queixa. A empresa que previa um crescimento na ordem dos 4 ou 5% obteve um aumento das vendas na ordem dos 22%, e não podemos deixar de salientar que o sector do calçado sofreu bastantes perdas depois dos atentados de 11 de Setembro com a subida dos preços. O volume de negócios da empresa em 2001 rondou os 100 milhões de euros, o que significa um aumento de 5 a 10 por cento nos lucros. Mas o crescimento não se manifestou somente nas vendas, as áreas de distribuição e de retalho também obtiveram bons resultados, apesar de não se terem atingido as expectativas no que respeita ao segmento de retalho, o que segundo Artur Duarte, presidente da Aerosoles se ficou a dever «ao atraso na abertura de algumas lojas e também a alguma incorrecção na selecção de produtos nas lojas». Na opinião do dirigente, a empresa cresceu principalmente devido à sua estratégia comercial, e este não deixou de acrescentar que a Aerosoles cresceu mais de 60% na Alemanha. E a evolução continua. Neste ano fiscal a Aerosoles conta já com uma carteira de encomendas que chegou a atingir um terço dos valores de 2001, o que significa um acréscimo de 5 a 10% em relação ao ano transacto. No que respeita aos incidentes de 11 de Setembro e aos efeitos secundários que se afirmaram nas economias mundiais, Artur Duarte adianta que este facto tem que ser “bem estudado e aproveitado”. Para além disso, acrescenta que “os Estados Unidos já não podem apostar em grandes quantidades vindas da China, preferindo as empresas europeias, pois têm uma maior capacidade de resposta” e a Aerosles está a tentar recuperar terrenos no mercado americano tendo em conta esta nova situação. Para 2002 a empresa de calçado, líder em Portugal, aposta no fabrico de pequenas séries e para isso irá investir cerca de 500 mil euros «com a construção de uma fábrica muito mais flexível ao nível produtivo». Este novo projecto tem como principal parceiro o Centro Tecnológico do calçado, e a maior fatia do investimento está destinada à formação e aos equipamentos, sendo que não estará em funcionamento antes de 2003. Mas, os investimentos da empresa de calçado não se ficam por aqui, e a Aerosoles vai «reformular o sistema de informação da rede de retalho» o que deixa em aberto «a possibilidade de expansão desta rede por via do franchising». Se optar por esta forma de expansão a Aerosoles, que conta já com 53 lojas em Portugal, Holanda, Espanha, Bélgica, França, Alemanha e Chipre, poderá aumentar esse número. O dirigente da empresa acrescenta ainda que um crescimento de 5% em 2002 será um bom resultado, já que este ano também é um ano de incertezas para o comércio devido à adesão da China à OMC, o que «terá um impacto muito forte na estrutura económica do calçado europeu, obrigando assim a que 2002 seja um ano de preparação para o que se vai passar», acrescenta.