São várias as tecnologias que a Adalberto está atualmente a implementar nos seus artigos e processos, abrindo novas possibilidades para os seus clientes. Num produto demonstrador, um poncho, que foi distinguido com um iTechStyle Award na categoria Smart, a empresa juntou estampados realizados com recurso a inteligência artificial, um NFT e um sistema OLED.
Feito numa mistura de poliéster reciclado com algodão orgânico e termocolado para maior conforto, o poncho tem um QR Code que permite a rastreabilidade desde a fibra, graças à plataforma AD-Trace, e apresenta um estampado interior feito com recurso a inteligência artificial, em colaboração com a equipa de design da empresa. Tem ainda um NFT associado que permite ao comprador usar o poncho também em ambientes virtuais, para vestir o seu avatar, por exemplo, no metaverso.
«Este poncho está preparado para a Web3, ou seja, tem várias funcionalidades e tecnologias. Quisemos mostrar que já é possível usar as várias tecnologias de que agora tanto se fala no dia a dia e na têxtil, mais concretamente na produção», explica Hugo Miranda, diretor de inovação da Adalberto.
«Além disso tem um sistema superinovador, um sistema OLED que permite ligar e desligar uma luz feita em LEDs orgânicos, realizada em eletrónica impressa, super flexível e com baterias também muito flexíveis. Todo o sistema tem menos de um milímetro, é recarregável e pode ser lavado – é o estado da arte da eletrónica no têxtil», revela Hugo Miranda. «Acreditamos que fomos os primeiros a nível mundial a conseguir integrar um OLED num produto têxtil», acrescenta o diretor de inovação da Adalberto.
Nesta área tecnológica, a adesão começa a ser cada vez maior. «Há clientes que já nos pedem estampados que foram desenvolvidos com a ajuda de inteligência artificial», aponta o diretor de inovação, acrescentando que a rastreabilidade através da plataforma AD-Trace tem igualmente sentido um aumento da procura.
A caminho de um gémeo digital
A empresa, de resto, continua a desenvolver as tecnologias relacionadas com a rastreabilidade. «Estamos a colocar sensores em todas as máquinas, mesmo naquelas mais antigas que toda a gente diz que não dá, nós adaptamos sensores e a rastreabilidade está a ser feita de forma automática», afirma Hugo Miranda. Água, energia e químicos são já contabilizados automaticamente. «Estamos com essa parte de automatização de todo o processo, de transparência total, de mostrar porque é que realmente somos sustentáveis», indica.
O 3D está a ser usado também «por motivos de sustentabilidade», adianta Hugo Miranda, nomeadamente para testar tabelas de medidas para haver menos protótipos. Além disso, «estamos a mudar muito o processo interno, a trabalhar com estas novas ferramentas, os chatbots, a inteligência artificial, e temos já alguns projetos engraçados», refere.
O objetivo último passa por ter um gémeo digital da Adalberto «e não está muito longe», acredita o diretor de inovação. «Estamos cada vez mais perto disso: de ter um processo muito transparente, automático e em que as pessoas, realmente, estão a criar valor e a usar as ferramentas digitais para alavancar todas as suas potencialidades. É esse o grande objetivo, a automatização e, mesmo a nível de criatividade, ajudá-las a pensar em coisas ou dar ideias de coisas que, se calhar, não teriam pensado. Mas tudo como uma ferramenta, ou seja, a máquina a trabalhar com o ser humano. Por isso, todo o nosso processo passa por sustentabilidade, inovação e otimização do uso de ferramentas em todo o processo para ter um melhor serviço ao cliente», conclui Hugo Miranda.