Uma investigação realizada pela H&M revelou que duas pequenas encomendas de peças de vestuário da marca foram produzidas na empresa onde ocorreu o desabamento. Mas um porta-voz da retalhista sueca afirmou que «este fornecedor não está aprovado pela H&M e não temos um relacionamento de negócios com ele». O retalhista acrescentou que a colocação das encomendas «foi feita sem o nosso conhecimento, por um fornecedor que é aprovado pela H&M. Isto não é aceitável, na medida em que temos uma política clara em que toda a produção deve ter lugar em unidades aprovadas pela H&M». A retalhista acrescentou que o seu fornecedor comprometeu-se a assumir total responsabilidade pelos trabalhadores afetados pelo acidente e que os seus auditores vão agora visitar a Top World Garment. Os seus fornecedores no Camboja também integraram um workshop, realizado em maio, sobre as implicações da utilização de fábricas não aprovadas pela empresa sueca. A H&M anunciou que está em «contato permanente» com a Better Factories Cambodia (programa das Nações Unidas de monitorização de empresas neste país), relativamente à unidade envolvida no acidente. A H&M foi um dos primeiros compradores internacionais a participar no programa, que é obrigatório para todas as fábricas exportadoras de vestuário do Camboja. O acidente na Top World Garment ocorreu poucos dias depois de dois trabalhadores morrerem e outros ficarem feridos, quando parte de uma outra fábrica cambojana colapsou. A empresa Wing Star, localizada a Sul de Phnom Penh, produzia calçado para a Asics, uma empresa japonesa de artigos desportivos. A Better Factories Cambodia (BFC) revelou que a Top World Garment está incluída no seu programa de monitorização, mas acrescentou que a estrutura externa que desabou estava localizada fora da área de produção e a ser utilizada para armazenagem. Reagindo a esta situação, a BFC está a averiguar a possibilidade de novos critérios de avaliação no que se refere às licenças de construção, de forma a incluir todas as estruturas e eventuais acréscimos. Esta é a mais recente tragédia a atingir o vestuário e o calçado, depois de mais de 1.100 trabalhadores perderem a vida em abril, quando um edifício industrial nos arredores de Daca, no Bangladesh, desabou. Um incêndio no início de maio na empresa Tung Hai Sweater, perto de Daca, também matou oito pessoas. Em resposta a estes acidentes, a H&M foi uma das largas dezenas de marcas de moda e retalhistas a assinar o novo Accord on Fire and Building Safety in Bangladesh. Os sectores de vestuário e calçado são os maiores empregadores formais do Camboja, com 500 mil trabalhadores em mais de 500 empresas, e geraram 4,6 mil milhões de dólares de exportações em 2012. A maioria do vestuário e do calçado é exportado para os Estados Unidos e para a União Europeia.