Com os desenvolvimentos para a área automóvel fora da oferta, com o objetivo de serem apresentados numa feira específica para o sector, a ERT expôs na feira de têxteis técnicos e não-tecidos de Frankfurt termomoldados para a área de praia, desporto e lazer, laminados para a área de desporto, moda, calçado e têxteis-lar e produtos para a construção.
O destaque, no entanto, esteve, em grande parte, na área dedicada à economia circular, com a apresentação dos revestimentos de têxteis com reciclados EVA (acetato-vinilo de etileno) e de couro. «Consumimos EVA na empresa para a produção de pantufas e chinelos. O que estamos a fazer com os resíduos é misturá-los e compactá-los. Depois, em alguns casos, transformamos em diferentes formatos, não necessariamente num produto. No fundo, passa a ser uma matéria-prima», revela o diretor de inovação Fernando Merino. Numa outra aplicação, a empresa está a usar os resíduos de EVA em pó para o revestimento sobre tecidos. «Como agora há uma procura muito grande para se construir um conceito de sustentabilidade à volta de um produto, a proposta que estamos a fazer é esta», explicou ao Jornal Têxtil.
Ainda na área da sustentabilidade, a ERT, juntamente com parceiros, mostrou um vestido produzido com resíduos de EVA e de couro. «No caso do couro, temos um pedido de patente. A forma como se obteve o material necessário para fazer o revestimento é inovador», garantiu.
Um outro projeto em exposição mostrou um colete e uma joelheira para os quais produziu termomoldados têxteis. «Quer para o colete, quer para a joelheira, as partes são produzidas de forma separada. No projeto que está exposto no Texboost que é uma cooperação entre a ERT, a Polisport e o Citeve, o plástico é injetado sobre o têxtil», afiançou o diretor de inovação da ERT. «Nós fazemos a termomoldagem dos materiais, dos trilaminados, a Polisport faz a injeção do plástico e depois aquilo é clipado», sublinhando que «são projetos de investigação, ainda não estão no mercado».

Especialista em revestimento e laminação, a Coltec apresentou soluções para diferentes segmentos de mercado, incluindo colagens técnicas para isolamento em condutas de ar condicionado e produtos laminados com fios orgânicos para têxteis-lar. «Trabalhamos para vários segmentos», afirmou o CEO Paulo Neves. «Temos, por exemplo, um protótipo da parte eletrónica, onde desenvolvemos um protetor de colchão sensorial, que nos permite, através de uma matriz, ver como é que as pessoas estão acamadas e identificar a zona onde estão deitadas. Se estiverem deitadas mais de 10 segundos – está programado para 10 segundos – começa a apitar para avisar que necessita de mudar de posição», adiantou ao Jornal Têxtil. O protótipo, desenvolvido em colaboração com o Citeve e o CeNTI, «está a ser bem recebido. É uma área que está muito em voga. E, cada vez mais, os sistemas de saúde estão a requerer este tipo de têxteis mais técnicos, com aplicações mais focadas no bem-estar das pessoas», acrescentou o diretor de I&D, Francisco Fernandes.
Novos produtos deverão chegar em breve ao mercado, até porque a Coltec está a investir numa nova linha de revestimento por extrusão e a procurar entrar em novos mercados. «Estamos a tentar a indústria automóvel, a área hospitalar e a área da roupa de proteção – entrar cada vez mais em aplicações mais técnicas é o nosso objetivo», resumiu Paulo Neves.

A empresa que há mais tempo está na Techtextil – desde 1997 – mostrou a sua versatilidade com uma gama de produtos direcionada para sectores do automóvel à saúde, passando pelo vestuário de proteção. Entre os destaques da Endutex esteve um têxtil para ecrãs de cinema e «toda a nossa gama de artigos até cinco metros de largura, porque é o diferencial da nossa empresa», indicou o CEO Vítor Abreu. «O nosso objetivo aqui na feira, muitas vezes, é mais dar-nos a conhecer a potenciais clientes do que propriamente apresentar uma grande novidade», esclareceu.
A investigação e desenvolvimento ocupa, contudo, um lugar central na estratégia da Endutex. «Estamos a desenvolver vários produtos. Para cada uma das indústrias com que trabalhamos, temos normalmente sempre um, dois ou três produtos a serem desenvolvidos a pedido», asseverou Vítor Abreu. Entre os projetos em curso está um produto para ecrãs de cinema mais leve e artigos para sublimação e para caixas de luz, na área da impressão digital. «O normal é que estejam oito ou 10 produtos em fase de desenvolvimento – é uma constante», reconheceu.

Regressada à Techtextil, depois da estreia em 2015 e da ausência em 2017, a Smart Inovation levou a sua gama de acabamentos funcionais, incluindo antimosquitos, antiácaros e bactericidas. «O Si Bactericida continua a ser um dos produtos mais procurados. Trata-se de um acabamento funcional antibacteriano sustentável, sem prata nem metais, sem impacto ambiental e com eficácia comprovada em bactérias e fungos durante mais de 100 lavagens», destacou o COO Mário Brito. «É extremamente eficaz no conceito “odor-control, freshness and hygiene”, muito procurado pelo sector técnico e de desporto», confessou. Em Frankfurt, «iniciámos o trabalho comercial e de follow-up e o feedback está a ser bastante positivo. Mais positivo do que o obtido na Techtextil 2015», indicou, acrescentando que «contamos com encomendas nos próximos seis meses».
Além destes acabamentos, a Smart Inovation deverá, em breve, colocar no mercado novos produtos. «Temos em fase final de desenvolvimento retardantes de chama e hidrofóbicos (repelente de água e também óleo) sem fluorcarbonetos», desvendou.