ABIT quer salvaguardas contra as importações chinesas

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Josué Gomes da Silva, sugeriu ao governo a adopção de salvaguardas contra as importações de produtos têxteis da China.

De acordo com as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil tem o direito de aplicar medidas de salvaguarda contra os produtos chineses até 2009, sem necessidade de provar a existência efectiva de danos à indústria doméstica, sendo suficiente provar a iminência de danos. O Presidente da Abit quer que o governo regulamente e aplique essas salvaguardas.

Segundo Josué Gomes da Silva, em 2004 a balança comercial de manufacturados com a China já apresentou um défice, de 1,6 mil milhões de dólares. Os maiores crescimentos nas importações chinesas em 2004 foram de produtos electrónicos (514%) e fios sintéticos (mais de 600%). «A China respondia por 21% das importações brasileiras de têxteis e vestuário em 2002. Em 2004, a participação pulou para 61%», referiu o Presidente da ABIT.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) está a desenvolver uma unidade especial para monitorizar o comércio entre o Brasil e a China, de acordo com o divulgado pelo Presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da entidade, Rubens Barbosa. O objectivo da nova unidade é avaliar, sobretudo, o volume de importações brasileiras. A FIESP receia que haja uma entrada excessiva de produtos chineses no Brasil, o que prejudicaria a indústria brasileira.

A nova unidade da FIESP também terá uma equipa, actualmente em fase de formação, para orientar as empresas brasileiras que queiram comprovar danos provocados pelas importações chinesas ou ainda casos de dumping, de forma a facilitar os pedidos dos industriais brasileiros para a aplicação de acções de salvaguarda ou medidas anti-dumping contra os produtos chineses.