A Porthault, fundada no início do século XX pela família Porthault, procura hoje capitalizar as suas raízes de marca de luxo. A empresa especialista em têxteis-lar, de origem francesa, realizando um pouco mais de nove milhões de euros de volume de negócios (50% na exportação), foi adquirida a Marc Porthault, em 2005, pelo homem de negócios americano Bernard Carl, actual accionista maioritário. Ao seu lado tem outros accionistas, minoritários, nomeadamente dirigentes da empresa e a família Porthault.Bernard Carl, que era inicialmente parceiro da Porthault nos EUA, quer explorar melhor, à hora da mundialização, o que fez o sucesso da marca durante décadas junto de uma elite internacional: o "french style", no verdadeiro sentido da expressão. «Queremos perpetuar o incomparável artesanato francês que esteve na origem da fama da Porthault, como por exemplo os seus acabamentos complexos, que apenas a França sabe fazer e não certamente a China ou o Brasil», afirma Bernard Carl. «Não queremos estar em concorrência com os têxteis-lar produzidos, por exemplo, nas Filipinas».A colecção Porthault, direccionada para o segmento alto, está dividida em duas famílias: os produtos sob medida e outros confeccionados. Ambas são muito sofisticadas, tanto ao nível dos materiais como da decoração e acabamentos.O novo proprietário da Porthault investiu «4,6 milhões de euros» na construção de uma nova fábrica, no norte da França, onde conta com um efectivo de 60 pessoas, «todos trabalhadores da antiga unidade», entretanto oferecida à família Porthault. «Contamos com este efectivo para formar uma nova geração de artesãos, pois possui competências impossíveis de encontrar em qualquer outro», sublinha Bernard Carl.A nova fábrica Porthault foi equipada com tecnologia de ponta e dotada de uma plataforma logística. Depois da aquisição, o novo proprietário da Porthault também transferiu a sua sede social e escritórios para os Campos Elísios e cedeu à Giorgio Armani a histórica boutique da avenida Montaigne para abrir uma outra, ainda maior e mais bela, a algumas centenas de metros, na mesma avenida. Apresentando a globalidade da oferta (roupa de cama, de mesa, de banho, lingerie e uma linha de criança) assim como diversos acessórios, a nova loja atraiu «uma clientela complementar, muito eclética, nomeadamente estrangeira», revela o novo proprietário. Entre os bestsellers dos últimos meses figuram um tema de roupa de cama estampado floral (Fleurs d'amour), uma linha de mesa em linho bordado à mão (Géranium) na variante amarela, um tema de percale (Paris la nuit) e uma linha de roupa de banho com riscas em forma de zebra.O grande projecto de Bernard Carl é o forte desenvolvimento da marca no estrangeiro. Neste âmbito, a Porthault vai abrir durante o corrente mês, uma boutique própria, provisória, sobre Park Avenue, em Nova Iorque. O tempo de preparar uma outra, nova, em Madison Avenue, que esta sim será definitiva. Para o final de 2008 está agendada a abertura de uma loja própria em Los Angeles. No programa de expansão figura igualmente a abertura, em parceria, de vários pontos de venda na Europa e nos EUA. Este ano deverá ainda ser inaugurada uma boutique em Londres e, em 2008, uma na Florida. Além disso, está em fase de negociação um projecto em Moscovo, com um parceiro russo. «Mas este mercado será abordado com prudência», sublinha Bernard Carl.Os principais mercados de exportação da Porthault são os EUA (trabalhados a partir de Nova Iorque e de Dallas), o Médio Oriente e o Reino Unido. O Extremo Oriente está «em fase de estudo», conclui Bernard Carl.