Estreou oficialmente na noite de segunda-feira em Los Angeles e as primeiras reações ao novo “Star Wars: O Despertar da Força” – agora nas mãos de J.J. Abrams (produtor da série televisiva “Perdidos” e realizador, entre outros, de “Missão Impossível” e do renovado “Star Trek”) – foram, sobretudo, positivas. Portugal esperou, mas esta quinta-feira, 17 de dezembro, mais de 150 salas de cinema recebem o filme que conta com alguns dos atores do elenco da primeira trilogia, como Harrison Ford (Han Solo), Carrie Fisher (Princesa Leia), Mark Hamill (Luke Skywalker) e Peter Mayhew (Chewbacca).
De acordo com dados da Disney Portugal fornecidos à agência Lusa, foram vendidos antecipadamente mais de 40.000 bilhetes de cinema, o que faz de Portugal parte integrante da expectativa mundial em relação ao filme.
Também as marcas despertaram para esta força e há uma digladiação por uma fatia dos 5 mil milhões de dólares (aproximadamente 4.5 mil milhões de euros) em vendas de produtos que “Star Wars: O Despertar da Força” prevê gerar ao longo do próximo ano, de acordo com Tim Nollen, analista da Macquarie Securities.
Marcas de vestuário e acessórios, de massas e de nicho, estão de sabre em punho desde que o regresso da saga imaginada por George Lucas foi anunciado. Relógios da Nixon, joalharia da Kay, casacos de couro da Matchless e cosméticos da CoverGirl estão entre os produtos que resultaram de acordos de licenciamento com a Disney, que pagou perto de 4 mil milhões de dólares pela Lucasfilm e respetivos franchises em 2012.
Outros contributos têm expressões mais abstratas, como o jumpsuit da Peter Pilotto inspirado na nave Millennium Falcon, ou arrojadas, como o calçado da marca britânica Irregular Choice, que desenvolveu modelos que incluem referências às personagens, cenários e adereços dos filmes (ver A força desperta nos sapatos). As atuais e anteriores colaborações fazem com que a saga Star Wars detenha os produtos mais cobiçados na história do franchising.
De acordo com a empresa de pesquisa de mercado NPD Group, Star Wars gerou mais de 32 mil milhões de dólares desde o lançamento do primeiro filme em 1977. Valor que supera outros sucessos de bilheteira como Harry Potter (25 mil milhões de dólares) ou James Bond (8 mil milhões de dólares) – os produtos dos filmes de Harry Potter gozam de maior popularidade entre crianças e adolescentes e James Bond tem como foco o mercado de luxo, com marcas como Tom Ford e Omega a colaborarem no figurino (ver O que veste James Bond).
Star Wars também se revelou um importante catalisador para a criatividade dos designers de pronto-a-vestir. Na Rodarte, toda a coleção de outono-inverno 2014 foi dedica ao franchising. Na mesma temporada, também a Preen apresentou peças inspiradas na figura de Darth Vader. «Se quisermos ser futuristas numa coleção, há sempre uma referência a Star Wars», afirmou o designer Jonathan Anderson ao The Business of Fashion.
De igual forma, os grandes armazéns se deixaram levar pelos Stormtroopers. Caso da Bloomingdale’s, que levou peças de Giles Deacon, Billy Reid e Rag & Bone inspiradas na saga às suas montras; das Galeries Lafayette, que encenaram um desfile alusivo e abriram portas a uma loja pop-up, que inclui peças desenhadas por estudantes de design do Institut Français de la Mode; e da Selfridges, que lançou uma coleção alusiva com peças de designers e marcas como Peter Pilotto, Preen, JW Anderson, Bobby Abley e Phoebe English.
Em última análise, investir naquele que será, provavelmente, o maior evento de cinema do ano é uma aposta segura para o retalho, sobretudo nesta quadra natalícia. «É raro encontrar-se um franchising icónico como Star Wars. Atravessa géneros, idades e estilos de vida e une gerações», resume Marshall Cohen, analista do NPD Group.