A nova aposta da Paula Borges

Os vestidos de noiva são a mais recente valência somada pela empresa de confeção Paula Borges, que está a aplicar as suas competências enquanto atelier industrial numa linha dedicada apenas a estes artigos de valor acrescentado.

Um dos clientes, de origem belga, surgiu no Modtissimo do ano passado e, seis meses depois, a linha de produção de vestidos de noiva, instalada na unidade da Maia, que emprega 50 pessoas, vai de vento em popa. «Está a correr muito bem, tem muita coisa feita à mão e corresponde àquilo que somos, que é um atelier industrial», explica o diretor comercial Paulo Faria ao Jornal Têxtil, na edição de maio de 2017.

Maia

A designação de “atelier industrial” foi uma expressão cunhada «por um diretor da Prada, que nos visitou», revela Paulo Faria, mas desde o início que a empresa se identifica com a produção de elevada qualidade, onde nenhum pormenor é descurado. «A Paula Borges é mesmo isso, trabalhamos com carinho e é isso que tentamos incutir nos clientes», refere. As quantidades também se enquadram no conceito. «O nosso sucesso, há 10 anos a esta parte, foi dedicarmo-nos a quantidades pequenas. Havia essa falha de mercado e nós tivemos a capacidade de perceber que existia um nicho de mercado, porque mesmo as grandes marcas fazem quantidades pequenas. Com a montagem da segunda unidade em Baião [que emprega 35 pessoas], reestruturamos e o nosso sucesso no mercado tem sido essas quantidades mais pequenas num nicho de valor acrescentado», sublinha o diretor comercial.

 

Baião

Marcas como Prada, Victoria Beckham, Max Mara ou LK Bennett recorrem à Paula Borges, que embora trabalhe especialmente com o mercado europeu – com destaque para Inglaterra, França, Suécia e Itália – tem vindo a alargar horizontes. A China faz já parte da lista de mercados, assim como o Japão e, em breve, os próprios EUA podem vir a integrar os destinos de exportação da produtora de vestuário. «Tivemos um contacto com a Ralph Lauren e estamos a desenvolver umas coisas. Eles têm três produtos que não conseguiram fazer em Itália e pediram a nossa ajuda por intermédio de uma agente. Fizemos essas amostras e dois dias depois tínhamos um diretor da Ralph Lauren em Portugal a saber quem era a empresa que tinha feito aquelas peças que ninguém conseguia fazer», conta Paulo Faria.

Maia
Maia

Depois do crescimento de 10% do volume de negócios em 2016, para 2,3 milhões de euros, fruto de uma maior procura dos clientes internacionais, que, segundo o diretor comercial da Paula Borges, procuram a segurança e as garantias de qualidade e serviço do “made in Portugal” face às incertezas em mercados como a Turquia, os projetos para 2017 não se ficam pela angariação de novos mercados e clientes. A marca Ever 4 Ever, pensada para ser vendida apenas online, deverá ver a luz do dia este ano, enquanto em 2018 será o ano em que a marca própria Paula Borges – que representa atualmente 10% da produção – deverá receber um impulso. «A Paula Borges situou-se numa linha muito alta, com qualidade premium sempre», afirma Paulo Faria. «É um nível muito alto, muito selecionado, daí preferirmos vender menos e gradualmente ir impondo a marca. Existe um projeto de marketing para 2018, em que vamos tentar apostar em força na Paula Borges», adianta ao Jornal Têxtil.