A moda vista pelos franceses – Parte 1

Générations Mode foi o nome dado pela TNS Secodip e TNS Media Intelligence ao estudo realizado em conjunto por estas duas divisões do Instituto de Estudos francês.

Segundo o conceituado semanário Journal du Textile, pela primeira vez, estes dois departamentos uniram esforços para estabelecer um ”verdadeiro cenário dos comportamentos de compra de vestuário dos franceses”, tanto na perspectiva quantitativa, como na óptica qualitativa, criado a partir dos dados provenientes de três fontes: o estudo Simm, efectuado entre Abril e Junho de 2004, junto de 10.000 indivíduos com mais de 15 anos; o Consojunior, um estudo generalista com uma amostra de 7.000 crianças e jovens entre os 2 e os 19 anos; e o painel Consoscan, que acompanha 8.000 lares franceses ao longo de todo o ano.

A originalidade desta análise reside no facto de avaliar, ao mesmo tempo, as atitudes, opiniões e comportamentos de compra dos consumidores franceses, classificados segundo dez tipos de ciclos de vida diferentes, correspondentes por sua vez a dez tipos de agregado familiar.

“Existem formas diferentes de viver a moda, quer o consumidor seja solteiro, casado, com filhos ou sem filhos?”, foi uma das questões a que o referido estudo, divulgado em França em Fevereiro, procurou dar resposta, a par de outras, entre as quais os critérios de escolha e a fidelidade dos consumidores às marcas.

Como resultado deste estudo, foram estabelecidos quatro tipos de famílias: as famílias com crianças de tenra idade (dos 0 aos cinco anos), com crianças na escola primária (dos 6 aos 11 anos), no liceu ou escola secundária (12-17 anos) e com filhos já maiores de idade (18 aos 24 anos).

Por outro lado, foram definidos três tipologias de casais: os jovens casais até 35 anos, os de meia-idade (35-64 anos) e os casais seniores, com mais de 64 anos.

Finalmente, os indivíduos solteiros foram agrupados segundo três categorias: os jovens solteiros (até 35 anos), os de meia-idade (entre os 35 e os 64 anos), e os mais idosos (acima de 64 anos).

No âmbito do estudo em questão, os seus autores analisaram o perfil dos consumidores franceses segundo quatro factores: a atitude face à moda, a área do vestuário, a estrutura de compras e o local de compra.

Assim, concluíram que os jovens entre os 15-19 anos pertencem na maior parte aos agregados familiares com filhos em idade de liceu, que representam 9% dos consumidores de roupa em França, e que por sua vez efectuam 15% das compras totais neste segmento, sendo responsáveis por 13% das despesas com vestuário.

Nesta faixa etária, o vestuário é parte essencial de uma imagem que se quer impecável, segundo cerca de metade dos inquiridos no estudo Générations Mode.

Entre estes jovens, as raparigas revelam-se mais preocupadas, tendo 37% das inquiridas da amostra em questão afirmado gostar de passar os tempos livres a comprar roupa, enquanto na ala masculina da mesma amostra, esta percentagem não ultrapassou os 12%.

Mais do que uma descoberta, o estudo levado a cabo pela TNS Secodip e TNS Media Intelligence em 2004 veio confirmar a ideia segundo a qual, nesta faixa de idades, a moda e a roupa usada são importantes indicadores de pertença a um determinado grupo social, tendo apenas 10% dos jovens franceses inquiridos respondido não gostar que as suas roupas sejam iguais às dos restantes indivíduos.

Curiosamente, neste aspecto particular, os rapazes mostram-se muito mais adeptos das marcas e da respectiva notoriedade do que as raparigas da mesma idade (56%), sendo estas em número bastante inferior (37%).

Por seu lado, as jovens gaulesas revelam um interesse muito maior pelo produto em si, através da sua forma e cor, bem como pela procura de um estilo e identidade próprios (76%).

Sem surpresa, os jeans assumem-se como o terreno privilegiado pelos consumidores franceses de 15-19 anos, integrados no segmento do chamado sportswear.

Neste sentido, 43% dos inquiridos afirmam usar jeans “quase todos os dias”, destacando-se igualmente os sapatos de ténis como o artigo de eleição da maior parte dos adolescentes gauleses (64%), e ainda mais quando analisamos apenas os indivíduos do sexo masculino (70%).

Ainda nesta faixa, a roupa desportiva e para os tempos livres representam 21% do volume total de compras de vestuário das famílias, percentagem que constitui o dobro da média nacional.