A Inimigo Clothing chegou ao mercado em maio de 2014 e, em pouco mais de ano e meio, conseguiu seduzir consumidores em 12 mercados, com destaque para os EUA. «80% dos contactos foram feitos na [feira] Magic, através dos quais conseguimos entrar em boas lojas que nos permitiram entrar noutras lojas – as pessoas viram a nossa marca e contactaram-nos diretamente», explicou o designer da marca, Philip Cruz. «Estamos a aumentar a faturação e as encomendas em cerca de 30% a cada feira», revelou ao Jornal Têxtil, num artigo publicado na edição de janeiro.
O Reino Unido é um dos mercados que a Inimigo Clothing pretende agora «explorar», apontou Philip Cruz. «Estamos atualmente na TJ Maxx – fomos por aí para introduzirmos a marca no mercado. Não é que seja o nosso interesse vender stocks, mas é uma forma das pessoas começarem a familiarizar-se com a Inimigo», justificou.
O mercado asiático, especialmente o Japão, é outra das metas. «Estamos a falar de um país duas vezes maior do que Portugal e com 200 milhões de habitantes, que seguem tendências de moda», destacou o designer, reconhecendo, contudo, que há alguns obstáculos, como já experienciou durante uma feira profissional no mercado. «O grande entrave foi a língua – passar o ADN de uma marca numa linguagem que não é nossa e com um tradutor foi muito difícil», afirmou. «Mas não desistimos. Nos EUA arranjamos um contacto que faz o mercado japonês, o sul-coreano e a parte leste da China. Poderá fazer renascer essa vontade do Japão», acrescentou.
Inicialmente centrada em t-shirts e partes de cima, a Inimigo Clothing tem evoluído para o look total. «Agora estamos a explorar o calçado e os jeans e no futuro vamos explorar o underwear e os acessórios, como malas de viagem, malas de portátil e artigos do género – os chamados produtos lifestyle», desvendou Philip Cruz. A produção é 100% made in Portugal, com recurso à produção própria da Pure Cotton (o grupo em que a Inimigo Clothing está integrada). Já o calçado é produzido pela Máximo Internacional, a empresa que detém a marca Nobrand.
Em Portugal, a Inimigo Clothing é vendida na sua flagship, em Braga, e em pontos de venda multimarca. «A marca tem um sell-out de 90%, portanto, as lojas não ficam com quase peças nenhumas para saldos – isso fala um bocadinho do que é a marca e do seu sucesso», sublinhou o designer.
Com preços entre os 50 e os 70 euros, a marca, que usa matérias-primas de qualidade, como algodão supima e tecidos técnicos japoneses e italianos, quer dar aos homens a aparência de uma pessoa com sucesso a um preço acessível. «Não vemos o “inimigo” como um conceito depreciativo, mas como uma pessoa que é um modelo a seguir, alguém que as pessoas invejam. Basicamente, o conceito da marca é oferecer qualidade a um preço justo. Fazer com que uma pessoa consiga ser um inimigo a um preço razoável», explicou Philip Cruz ao Jornal Têxtil.