6Dias integra tecelagem e tinturaria no negócio

O investimento numa unidade produtiva vai permitir à empresa não só controlar a sua própria produção como também prestar serviços de tinturaria e manufaturar tecidos para terceiros. Os jacquards são uma das apostas da 6Dias Têxteis, que quer continuar a multiplicar os negócios.

Patrícia Dias

Os testes com a tecelagem, que inclui 72 teares, 26 deles jacquard, já começaram e, quando estiver a funcionar em pleno, a unidade industrial adquirida pela 6Dias Têxteis – resgatada, em meados de 2018, a uma empresa entretanto falida – terá uma capacidade produtiva mensal de 1,6 milhões de metros na tinturaria e cerca de 500 mil metros na tecelagem.

O início da laboração vai permitir à empresa «fazer internamente alguns dos acabamentos e também acabar para outros clientes», revela Patrícia Dias, mas a administradora da 6Dias sublinha que «vamos colocar internamente só alguns processos de tingimento, de acabamentos e inovações produtivas, na área das reclagens e acabamentos especiais. O resto vamos continuar a subcontratar».

O mesmo acontece com a tecelagem. «Vamos especializar-nos, fazer jacquards de forros, jacquards para têxteis-lar e jacquards específicos por encomenda», revela ao Portugal Têxtil. «Basicamente vamos continuar a importar os básicos e a fazer dentro o que é especial e diferente», resume.

Estes artigos especiais representam atualmente 20% da faturação, uma quota que poderá ou não aumentar, porque as metas são «aumentar tudo, porque é uma unidade industrial bastante grande», afirma Patrícia Dias. Com esta área produtiva, o número de funcionários da empresa deverá crescer de cerca de 35 para 100 pessoas.

2019 com boas expectativas

Em pouco mais de uma década – foi fundada em 2006 por Carlos Dias, o pai, juntamente com Patrícia Dias, a filha –, a 6Dias Têxteis tem vindo a somar clientes e referências. Uma designer é responsável por desenvolver as coleções. «Temos uma coleção muito diversificada, ao contrário da maioria das empresas. Temos quase todo o tipo de produto, exceto malhas. Sabemos trabalhar todo o tipo de produto e adaptamo-nos a qualquer tipo de cliente», garante a administradora.

Isso justifica também a variedade de mercados para onde exporta. Espanha, França, Inglaterra e Alemanha estão no topo de uma lista que inclui também «Emirados Árabes Unidos, um pouquinho na Rússia e nos países nórdicos também», enumera.

Em 2018, o volume de negócios da empresa rondou os 6 milhões de euros, mantendo-se semelhante ao ano anterior. «Podia ter corrido melhor. Como sempre, nunca estamos satisfeitos. Houve uma ligeira descida do mercado, mas acho que nos mantivemos mais ou menos», adianta. Já este ano «em princípio será um pouco superior», apesar da instabilidade sentida no segundo trimestre que, assume Patrícia Dias, «foi o pior para nós».

Já o próximo ano terá como meta principal a consolidação do projeto industrial. «É pôr tudo a funcionar e em velocidade cruzeiro e aumentar o volume de faturação», admite. Os números, contudo, ainda não estão completamente definidos. «Temos metas, claro, como toda a gente e, com produção interna ou externa, vamos ter que ir atingindo essas metas. Mas demorámos um pouco mais do que eu esperava a estruturar a empresa e prefiro agora pô-la a trabalhar e depois falar sobre números», reconhece a administradora da 6Dias.