425 mil metros quadrados de novos centros comerciais

Até 2004 vai surgir um novo boom de centros comerciais, com a inauguração de mais de duas dezenas de empreendimentos. Segundo a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), os novos “shoppings”, que já estão em construção ou anunciados, totalizam uma área de 425.400 metros quadrados. Um aspecto importante é que cerca de metade dos novos “shoppings” (51%) vão localizar-se na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Uma situação que contraria, pelo menos ao nível das intenções de investimento, a tese de que assim como o Porto esta seria já uma área saturada. Entre os maiores centros de construção na zona de Lisboa, estão o Almada Forum, com um total de 74 mil metros quadrados, promovido pela Auchan-MDCI e com inauguração prevista para o próximo mês de Abril, e o Forum Montijo, do Carrefour-MDC, com cerca de 54,3 mil metros quadrados, a inaugurar em 2003. Em relação ao Porto, os maiores centros anunciados são o Parque Nascente em Gondomar, da Auchan-Eiffage, com 56,6 mil metros quadrados e previsto para abrir em 2003 e o “shopping” portuense das Antas, uma iniciativa da associação Amorim-ECOP, com 50 mil metros quadrados. Fora destas duas áreas metropolitanas, os projectos vão também ser acolhidos pelas cidades de Coimbra, Vila Real, Viseu e Figueira da Foz. A APCC no anuário de 2001/2002, defende no que diz respeito a este novo pico de investimentos, que «o mercado dos centros comerciais está ainda longe de atingir a maturidade.» Segundo os mesmos, o único segmento que mostra já sinais de saturação é o dos grandes e muito grandes “shoppings”, como por exemplo o Colombro, em Lisboa e o NorteShopping, em Matosinhos. Esta associação refere ainda que numa localização relativamente periférica aos megacentros comerciais, deverá seguir-se «um interesse dos promotores em centros pequenos e médios, tendencialmente mais especializados e onde a localização intra-urbana é, mais do que nunca, crucial para o seu sucesso». Empreendimentos com as características do Via Catarina, no Porto, do Forum Aveiro e dos Armazéns do Chiado, em Lisboa, que estão situados nos centros urbanos históricos, representam «um papel de âncoras no rejuvenescimento dos centros tradicionais do comércio». Este tipo de comércio integra um segmento «de grandes potencialidades de expansão», para além de serem ainda “amigos” do comércio tradicional (habitualmente muito crítico das formas mais modernas de comércio), e de contarem com a simpatia dos poderes autárquicos, que vêm neles um meio de combater afastamento dos consumidores dos “miolos” históricos das cidades. Ainda assim, e no futuro próximo, há-de continuar a assistir-se ao nascimento de novos centros de comércio. «Os empreendimentos de grande dimensão concentrar-se-ão nos formatos alternativos» e «o crescimento do sector vai continuar a ser uma realidade, pelo menos nos próximos cinco anos», garante Sampaio de Matos, presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais.