O ano de 2002 não começou nada bem para cerca de uma centena de trabalhadores de um grupo de quatro empresas têxteis de Vila Nova de Famalicão. No final de Dezembro a empresa Diditêxteis despediu 100 funcionários sem que lhes fosse pago o mês de Dezembro, o subsídio de Natal ou qualquer indemnização. Ao Público, Pedro Pereira, um dos responsáveis do grupo de empresas que engloba as firmas Maria Cândida Neves, Boritece, Didicolor e Estamparia Agostinho, a «cessação de contratos ficou a dever-se à crise do sector». Em processo de recuperação, o grupo está à espera que seja nomeado um gestor judicial para depois poder decidir o que fazer com as empresas. No entanto, e agora com apenas 50% dos trabalhadores e nas antigas instalações da Diditêxteis, funciona uma outra empresa, de nome Albeca. Na realidade e de acordo com os trabalhadores despedidos, a placa com o nome da nova empresa, foi colocada logo após os despedimentos. Com o apoio do Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho, que consideraram aliás os despedimentos ilegais, os trabalhadores decidiram esperar até ao final da semana pelo pagamento dos salários em atraso, assim como de parte das indemnizações a que têm direito. É de registar ainda o facto de alguns dos funcionários confessarem que a empresa tinha já encomendas para todo o mês de Março, pelo que não encontram outra explicação que não seja má gestão por parte dos responsáveis do grupo. Apoiados pelo Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, os trabalhadores prometem ir «até às últimas consequências» para receber aquilo a que têm direito. De referir ainda que está já agendada uma nova reunião entre os funcionários e o sindicato para a próxima segunda-feira.